Boletim Unicap

Aluna do Mestrado em Psicologia Clínica tem trabalho premiado no Encontro Nacional da Associação Brasileira de Psicologia Social

A ex-aluna do curso de Psicologia da Universidade Católica de Pernambuco e atual mestranda do Programa de Pós-Graduação em Psicologia Clínica da Unicap, na linha de pesquisa “Família e Interação Social”, Renata Lopes Arcoverde, participou entre os dias 12 e 15 de novembro do 16° Encontro Nacional da Associação Brasileira de Psicologia Social, realizado na UFPE. Na ocasião, apresentou em co-autoria com a coordenadora de Pós-graduação da Unicap, Profª Drª Maria Cristina Lopes de Almeida Amazonas (sua orientadora), dois trabalhos que são produções decorrentes da sua pesquisa para a dissertação. Um deles foi premiado. O título do trabalho premiado é: “O papel de comunidades virtuais no compartilhamento de experiências e informações sobre autolesão”.

Confira abaixo um resumo do trabalho premiado:

O PAPEL DE COMUNIDADES VIRTUAIS NO COMPARTILHAMENTO DE EXPERIÊNCIAS E INFORMAÇÕES SOBRE AUTOLESÃO

Embora muitos psicoterapeutas conheçam e utilizem a Internet cotidianamente, é provável que seus clientes mais jovens estabeleçam uma relação de maior intimidade com a rede e a tenham como o primeiro recurso para suprir necessidades emocionais. Por isso, é provável que adolescentes e jovens adultos de hoje que se autolesionam e chegam à psicoterapia já tenham antes buscado informações ou compartilhado experiências sobre seu comportamento através de redes sociais virtuais. Compreender como funcionam e quais os efeitos de atividades online no comportamento off-line do cliente pode ser útil para o processo terapêutico. O envolvimento em comunidades virtuais que apóiam a busca por tratamento psicológico pode ser altamente benéfico. Porém, a utilização dessas comunidades como meios de divulgação de comportamentos de risco pode ser um desafio para a psicoterapia. O presente estudo busca compreender o papel de comunidades virtuais sobre autolesão no compartilhamento de experiências e informações sobre o tema entre seus membros. Especificamente, procurou-se verificar a presença de conteúdos relacionados à busca por ajuda ou à indução deste comportamento nas mensagens expostas. A amostra foi composta por mensagens em comunidades de uma rede de relacionamentos online. Foram realizados a observação e o registro das mensagens publicadas nos murais desses ambientes virtuais, com posterior categorização e codificação para serem submetidas à Análise de Conteúdo. Os resultados preliminares estão agrupados nos seguintes núcleos de sentido: 1) Rituais de autolesão – há relatos sobre escutar músicas durante o ato de ferir-se, desenhar na pele com objetos cortantes e mesmo beber o próprio sangue; 2) Incentivo a práticas autolesivas – algumas mensagens detalham formas específicas de se ferir, indicando inclusive que instrumentos utilizar; 3) Busca de ajuda – algumas pessoas comentam sobre a necessidade de um acompanhamento psicológico e/ou psiquiátrico; 4) Oferta de ajuda – alguns membros dessas comunidades dispõem-se a conversar com pessoas que se autolesionam para ajudá-las e há também mensagens com indicações de salas de bate-papo online sobre o tema. Espera-se que os resultados possam gerar subsídios para profissionais de saúde que se deparam com essa demanda em sua atuação clínica, assim como contribuir para a discussão acadêmica e científica acerca do problema, apontando possibilidades para estudos posteriores e novas pesquisas.

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