Água e Esgoto: Desafios para a Saúde Pública foi tema do 2º dia da III Semana Socioambiental da Unicap
|O segundo dia (17/08) da III Semana Socioambiental da Unicap teve, em sua programação, à tarde, minicursos e, à noite, mesa-redonda, que abordou o tema: Água e Esgoto: Desafios para a Saúde Pública.
À tarde, foram três minicursos, das 14h às 17h30. O primeiro com o tema: “O Uso de Tecnologias Modernas a Favor do Saneamento”, ministrado por Wilson Luiz Bombo Junior, da Odebrecht Ambiental, na sala Multiuso, 113, bloco D; o outro minicurso foi sobre “Análise Microbiológica da Água”, ministrado por Fábio Portela, da Compesa, na sala 708, no bloco A; e o terceiro, e último, abordou “Política Nacional de Saneamento Básico”, ministrado pela Dra. Cynthia Suassuna, coordenadora do curso de Direito da Católica, na sala 709, do bloco A.
A mesa-redonda aconteceu no Auditório G1 e teve como participantes os debatedores Eng. Adriano Silvio Barbosa de Oliveira, da Odebrecht Ambiental; MSc. João Renato de Barros Campos do Amaral, da Associação Pernambucana de Defesa da Natureza (Aspan), e MSc. Fábio Henrique Portella Corrêa de Oliveira, da Compesa. A coordenação da mesa foi do Prof. MSc. Walter José Ferreira, da Católica.
João Renato do Amaral, da Aspan, fez um panorama do consumo de água no Brasil. “A Região Norte é a que mais perde água em seu abastecimento e é o que menos investe, também. Já o Sudeste tem o menor índice de perda no abastecimento de água. O consumo per capita no Brasil está em torno de 165 litros de água por pessoa, por dia, e isso é um índice alto. Segundo a Organização Mundial de Saúde, OMS, 110 litros seria o suficiente para as pessoas. A Região Nordeste é a que tem o índice mais baixo, atualmente 118 litros por pessoa/dia. Falando em impacto desse consumo, é um consumo alto e o sistema de captação e tratamento tem que receber investimentos e quase sempre esses investimentos são públicos para poder atender a essa demanda. Apesar dos investimentos a perda de água, entre a fonte e a residência das pessoas, é alta cerca de 37% da água tratada se perde no caminho.”
Já Wilson Luiz Bombo Junior, da Odebrecht Ambiental, apresentou os benefícios do saneamento. “Para cada um real investido em saneamento, se economiza quatro reais na área da saúde. O acesso ao esgotamento sanitário possibilita crescimento de 1,9 bilhão de reais, no Produto Interno Bruto (PIB) do setor de turismo. A universalização do saneamento trará uma valorização média dos imóveis de 3,3%. Saneamento gera saúde, que gera qualidade de vida.”
Wilson falou, ainda, do Projeto de Esgotamento Sanitário da Região Metropolitana do Recife e o Município de Goiana, uma Parceria Público-Privada (PPP) entre a Compesa e a Odebrecht Ambiental. “Os principais objetivos do projeto é atingir 90% da coleta de esgoto e tratar 100% do esgoto coletado na área atingida pelo programa. A previsão de realização é prazo de 35 anos. A população inicial a ser atendida é de mais de 3,7 milhões de pessoas e a população final, numa projeção para 2047, é de mais de 5,9 milhões.”
Em seguida, Fábio de Oliveira, da Compesa, fez uma abordagem voltada para a importância da água para a saúde pública. “Um dos grandes problemas que nós temos com efluentes, no mundo, que são o Nitrogênio (N) e Fósforo (P), elementos químicos, resultantes da poluição das águas dos rios, como Capibaribe e Jaboatão. Essa foto (imagem de coleta de água em rio, repleto de microalgas) e o que danado é isso? Esse verde é o que? Todo mundo está acompanhando os Jogos Olímpicos e a piscina dos saltos ornamentais estava verde e todos questionaram sobre o que seria isso. Nada mais são que algas, mais especificamente algas e do ponto de vista da saúde pública, cianobactérias. Quem nunca ouviu falar que em 1996 houve a tragédia da hemodiálise de Caruaru, onde morreram mais de cinquenta pessoas, vitimas da contaminação, por cianobactérias, da água utilizada no processo de diálise? Após esse caso, o Brasil abriu os olhos para a questão das cianobactérias, e motivou a criação da Portaria 2914 de 12/12/2011, do Ministério da Saúde, que’dispõe sobre procedimentos de controle e de vigilância da qualidade da água para consumo humano e seu padrão de portabilidade’.”
Finalizando, o professor Walter Ferreira deu início ao debate.