Boletim Unicap

Abril pras Artes promove palestra sobre os diálogos possíveis entre a cultura popular e a educação

Festejando seus 40 anos, a Fasa promoveu nesta quinta-feira (25) o Abril pras Artes, uma iniciativa sociocultural com o objetivo de  fortalecer a cultura do Nordeste e aproximar ainda mais a arte das atividades acadêmicas. A programação contou com palestra sobre Cultura popular e educação: diálogos possíveis, com a participação  de artistas pernambucanos, como Silvério Pessoa, Leopoldo Nóbrega, Rivaldo Ferreira e Cleyton José da Silva, mais conhecido como Guitinho. O encontro aconteceu no Auditório Dom Helder, localizado no bloco A da Unicap.

Silvério Pessoa, professor da Unicap e músico, comentou sobre a questão da cultura no meio escolar e falou sobre a grande representatividade do tema. “O simbolismo que tem no Abril pras Artes, pra mim, é a Unicap estar estimulando uma abertura no currículo escolar para a presença da cultura popular. Mas não essa cultura como um projeto sazonal, não como um tema transversal, nem como semana do folclore, mas a cultura popular como um dos fatores que identificam o povo que tem uma cultura forte, afirmada, respeitada. Então eu estou muito feliz por ter sido convidado, e até honrado também, por compartilhar e conversar um pouco sobre esse tema que é tão fundamental, principalmente nesse tempo de globalização, de enfraquecimento das identidades. Nós estamos aqui valorizando os elementos que identificam o nosso povo, e isso é muito bacana”.

O artista plástico Leopoldo Nóbrega mostrou o lado da contemporaneidade da arte popular e da cultura de raiz. “A gente cria uma visão bem atual de linguagens artísticas incluindo a sustentabilidade. Tudo isso de uma forma educativa e transformadora para as comunidades como, por exemplo, o Polo de Confecção de Pernambuco. Procuramos também incluir a mão de obra de raiz, essas pessoas que são da comunidade que precisam de qualificação através da arte. Esse evento aqui na Unicap é de extrema importância para que a gente possa agregar um conhecimento científico expandido para outras fronteiras”.

Rivaldo Ferreira, participante da comunidade carnavalesca da Bomba do Hemetério, levou um pouco do conhecimento sobre o turismo criativo dentro da cultura. “É um turismo diferenciado onde o turista vivencia a atividade cultural na sua raiz, onde ele nasce. A gente recebe um grupo de turistas e leva à sede de maracatu, caboclinhos. E eu passo a importância da preservação dessa cultura também como forma de mobilização social, geração de renda e cidadania. Com essa discussão podemos despertar nos estudantes o desejo de ajudar essas iniciativas, que acontecem em vários bairros aqui no Recife e nos entornos”.

Guitinho, do grupo Bongar do Terreiro Xambá, desenvolve o campo da música tradicional na cultura popular fazendo uma conexão também com a educação. “A gente faz aqui uma ligação de saberes que são no dia a dia praticada em comunidades como a Xambá, Quilombo Urbana, Aldeias e, nesse campo, que tem uma tradição de uma educação de certa forma mecânica, mas que é fundamental como a cultura popular para a gente construir uma sociedade aonde a diversidade seja pauta. Essa palestra foi de grande proveito, oportunizando o público a aprender ou enriquecer seus conhecimentos sobre essa cultura de um modo diferente e bastante atrativo”.

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