A Reportagem Especial no Jornalismo Impresso é tema de debate na VI Semana de Jornalismo
|A VI Semana de Jornalismo da Católica promoveu na noite desta terça-feira (23), na sala 510 do bloco A, uma palestra com as jornalistas Micheline Batista, do Diario de Pernambuco, e Fabiana Moraes, do Jornal do Commercio, tendo a professora Adriana Dória como mediadora.
A jornalista Micheline Batista abriu a noite explicando que jornalismo é contar histórias. Diferenciou um texto jornalístico de um literário pela objetividade. “Jornalismo não pode ser regido pela imaginação”, justificou. E ao falar em objetividade, Micheline ressaltouque a notícia deve ser objetiva tão quanto à reportagem, porém uma reportagem se torna diferente de uma notícia por não ser sempre factual. A reportagem também é impressionista com detalhamento e contextualização. “Você pode resgatar um fato que aconteceu há alguns anos e fazer uma reportagem. O personagem tem que ser inserido em um contexto para não perder a objetividade”, explicou.
Quando o assunto abordado foi a “descoberta” do tema pelo “olhar” do repórter, Micheline falou que “toda grande reportagem só existe porque tem um bom tema onde você procura enxergar com um ângulo diferente”. Também é necessário uma abordagem original, ter um interesse público e questões operacionais. Explicou que antes de “cair em campo”, é preciso haver uma pré-produção ou um planejamento para que o jornalista possa criar o roteiro. Ela enfatizou que, na apuração, é importante saber ouvir e saber anotar. “É necessário fazer uma seleção prévia na hora de escrever. O repórter não deve confiar totalmente na sua memória. Nem na humana nem na técnica, como, por exemplo, um gravador”, acrescenta.
O trabalho em equipe foi bastante valorizado pela jornalista Micheline Batista. Segundo ela, ninguém é melhor do ninguém, e que é importante que haja uma harmonia, cada um com o seu papel. Quando o assunto foi coberturas especiais, Micheline disse que não tinha muitas experiências porque geralmente não participa, porém ela vem acompanhando o presidente Lula nas suas visitas a Pernambuco, o que rende matérias especiais às vezes. Mas informou que, para uma cobertura especial, é necessário ter um conhecimento prévio do tema, raciocínio rápido durante a cobertura, seleção de informações relevantes e uma redação intuitiva.
Seguindo o mesmo raciocínio de Micheline Batista, a jornalista Fabiana Moraes deu continuidade, falando sobre as coberturas especiais. “O ponto de partida é algo incômodo. Algo que realmente incomode você. É algo que vá te orientar em uma matéria, e que dê mais fôlego”, destacou. Falar com quem passa pela situação, com quem está envolvido é fundamental, porém “é importante não ficar preso a fontes que são sempre as mesmas. Tem que se estender mesmo, ampliar o seu leque de possibilidades. Procurar quem é bom naquilo e ter cuidado com quem você está falando”, explica. Fabiana ainda acrescentou que é necessário procurar especialistas que entendam do assunto. Perguntar se tal ideia se sustenta para comprovar se ela continua a mesma ou não.
“Não acredito quando dizem que já falaram de tudo. Que os jornalistas já estão caindo pelas tabelas. Eu acho que o leque está cheio ainda,” concluiu Fabiana Moraes. Já Micheline terminou a sua palestra dizendo que o jornalista informa para transformar.