Boletim Unicap

Professora da UFRN debate controle social da mídia com estudantes de Jornalismo

A professora Aline Lucena Gomes, da Universidade Federal do Rio Grande do Norte, fez uma palestra quarta-feira (25) sobre controle social da mídia e a representação da mulher nos meios de comunicação para alunos do curso de Jornalismo da Católica. O encontro foi organizado pela professora Ana Veloso para a disciplina de Comunicação e Cidadania.

Segundo Aline, a legislação não costuma punir as infrações cometidas pela mídia no campo ético. Ela diz que o Plano Nacional de Direitos Humanos (PNDH-3), por exemplo, premia as boas iniciativas, mas não cita nada sobre produtos que violem os direitos humanos.

Entre os aspectos negativos da mídia brasileira, constam a falta de transparência na outorga de concessões de rádio e televisão, além  da pouca variedade nos canais de TV por assinatura. Outra situação séria citada por ela foi a morte de dez jornalistas entre 2005 e 2009.

Como situações positivas, a professora citou a explosão de sites de notícias e blogs, discussão pela ética na mídia e programas de TV sobre esse tema. Ela apresentou a teoria de Paulo Freire sobre comunicação, segundo a qual, esta só ocorre com a participação de muitas vozes e autonomia dos sujeitos envolvidos.

A tão propagada liberdade de expressão estaria sendo manipulada a fim de encobrir uma criminalização dos movimentos sociais, ausência de políticas públicas para a comunicação e concentração dos meios nas mãos de poucas empresas. “Eu tenho liberdade de expressão para falar aqui com vocês, mas se eu quiser fazer um programa sobre controle social e censura, eu não consigo na TV aberta”, disse Aline Lucena.

Os alunos também assistiram a um vídeo sobre o controle social e as mulheres na mídia. Na produção, representantes de diversos segmentos da sociedade denunciam a exposição erotizada do corpo feminino e a ausência de mulheres em posição de destaque nas notícias, além de ressaltarem a necessidade de que todos tenham acesso aos meios de comunicação.

“Todos têm direito à informação, não só como receptor, mas também como produtor de conteúdo”, foi a mensagem principal do encontro.

print

Compartilhe:

Deixe um comentário