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Católica realiza seminário sobre o combate à violência contra a pessoa idosa

   

No dia 15 de junho, justamente quando é comemorado o Dia da Conscientização de Combate à Violência contra o Idoso, a Católica  promoveu evento para debater os Direitos Humanos e a proteção da pessoa idosa.

“É muito importante falar sobre esse tema. A violência não é só o “bater”. Há vários tipos. Tem a violência psicológica, a discriminação, a negligência… e o idoso acaba sofrendo a perda de seus direitos, que já é um outro tipo de violência”, afirma a psicóloga Maria Auxiliadora França.

A violência contra o idoso ocorre na maioria das vezes na família. Os motivos são variados. A situação financeira, que muitas vezes pode ser precária, pode ser uma das causas. Algumas vezes se aproveitam da pessoa idosa fazendo ela assinar algo sem ler e, então, o seu dinheiro fica todo comprometido. A falta de paciência para cuidar, muitas vezes por cansaço e má vontade, uso de drogas relacionados com o alcoolismo, muita proximidade física com outros que vivem na mesma casa, que causa o envolvimento de todo mundo em tudo que acontece são alguns dos fatores, entre outros.

Por mais que a maioria dos casos de violência ocorra na família, o foco não deve ser especificamente esse, pois fatores externos também influenciam. Muitas vezes os próprios cuidadores também maltratam os idosos. É o que explica a coordenadora da Pós-graduação em Psicologia, Cristina Brito: “Culpabilizar a família pelo problema não adianta, pois há um contexto que por sua vez já é violento, a começar pela infraestrutura, transporte, moradia digna, situação financeira, que contribuem para uma violência institucional”.

  

A violência contra a pessoa idosa no Brasil vem aumentando, sendo um dos motivos, o aumento dos idosos na maioria da população. “É uma violência muito presente nos dias atuais. Pelo menos no disque 100, é a segunda maior denúncia que recebemos. Então, é importante discutirmos sobre a proteção da pessoa idosa”, ressalta Ana Rita Suassuna,  secretária de Desenvolvimento Social,  Juventude, Política sobre Drogas e Direitos Humanos.

“Esperamos conscientizar e alertar sobre a violência contra o idoso e as consequências que ela pode causar e também multiplicar o número de pessoas informadas para juntos enfrentarmos, pois é urgente enfrentar quando a violência já se tornou um caso de saúde pública e social”, enfatiza a coordenadora do curso de Pós-graduação em Gerontologia, Cirlene Silva. “É como um câncer na sociedade”, desabafa.

“Nos fortalecemos do debate para empreender com mais segurança e respaldo as política públicas. A violência contra o idoso não pode ser considerada uma coisa normal”, relata a gerente da pessoa idosa da Prefeitura do Recife, Cacilda Medeiros.

Não é qualquer pessoa que deve cuidar e lidar com uma pessoa idosa. Para isso, é necessária a total exclusão do egoísmo, e pensar sempre no próximo. “Para trabalhar com o idoso, é preciso ter muita calma e paciência e também a compaixão”, afirma  Cristina Brito.

    

Fotografia: Ana Medeiros

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