Boletim Unicap

Laboratório de Psicopatologia Fundamental e Psicanálise retoma as atividades

Foram retomadas na manhã desta quinta-feira, dia 1º de março, as atividades do semestre do Laboratório de Psicopatologia Fundamental e Psicanálise do Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica – PPGPSI, da Universidade Católica de Pernambuco, com a realização de dois seminários no anfiteatro do 3º andar do bloco G4, no Campus da Católica. O tema de trabalho para 2018 é “A clínica das invenções subjetivas”.

Os seminários foram apresentados pelos professores convidados Christian Ingo Lens Dunker, da Universidade de São Paulo – USP, que falou sobre a “Teoria da Transformação em Psicanálise” e o professor Roberto Pires Calazans Matos, da Universidade Federal de São João Del Rei – UFJS, que expôs sobre “Laço entre a medicalização da existência e o discurso capitalista a partir da psicanálise”.

O professor Christian Dunker falou sobre a “Teoria da Transformação em Psicanálise” abordando a concepção que as pessoas têm de como as transformações acontecem, tanto em nível individual, subjetivo, quanto as transformações sociais, coletivas. Sobre o conceito “que a gente tem, a narrativa que a gente forma sobre isso interfere no resultado real da transformação, que a gente vai obter. Isso é diferente quando a gente compara as atividades éticas de políticas como são a clínica e a política, propriamente dita, com as transformações do mundo físico, as transformações naturais, da química ou da física, elas independem de como as escreve. Ocorre que as transformações que a gente experimenta dependem de como a gente se conta, de como a gente se nomeia, de como a gente se inscreve em discursos e que estão socialmente disponíveis. O objetivo é demonstrar como isso tem um fundamento nas Teorias das Transformações de Aristóteles, como isso é compatível com alguns desenvolvimentos filosóficos contemporâneos de um autor chamado Ian Hacking, mas também da tradição francesa de epistemologia, de Michel Foucault, de Georges Canguilhem e, sobretudo, Jacques Lacan”, explicou professor Dunker.

O professor Roberto Matos, da UFJS, abordou por meio do seu tema “Laço entre a medicalização da existência e o discurso do capitalista a partir da psicanálise”, como as pessoas lidam com a psicopatologia hoje, a partir da mudança fenomênica da psicopatologia. Em que se precisa pensar o que está gerando essa alteração dessa mudança fenomênica, por exemplo, quando se fala numa epidemia de autismo ou epidemia de depressões. Por que que se tem um aumento expansivo desses sintomas? E como a psicanálise pode responder a isso frente a um discurso que quer aumentar esse excesso de diagnóstico, ao invés de tentar tratar dessas questões? Boa parte desses fenômenos se dão praticamente no corpo e como se transformar esses fenômenos do corpo em palavras? Essa foi a questão tratada pelo pesquisador.

Os seminários foram promovidos pelo Laboratório de Psicopatologia Fundamental e Psicanálise do Programa de Pós-graduação em Psicologia Clínica – PPGPSI Unicap, que é coordenado pelas professoras Maria Consuêlo Passos, Véronique Donard, Paula Barros e Edilene Queiroz, coordenadora da Linha de Pesquisa do Programa.

Professores Edilene Queiroz, Christian Dunker (USP), Consuêlo Passos, Paula Barros, Véronique Donard e Ivo de Andrade Filho (UFPE)

Segundo a professora Consuêlo Passos, “o Laboratório de Psicopatologia Fundamental e Psicanálise é uma das atividades mais importantes para cada linha de pesquisa do Programa. Cada linha de pesquisa tem um laboratório, com propostas diferentes. Ele é importante porque é exatamente nele onde a gente está acompanhando as pesquisas, onde muitos temas estão sendo discutidos e surgem novas inquietações e propostas de pesquisa. Lá há uma efervescência muito grande de ideias, que acabam culminando com produção de textos, de artigos, trabalhos em congresso e, permanentemente, a gente traz pessoas de fora para discutir. É um lugar aberto para discutir, aberto ao debate em psicologia, psicanálise, psicopatologia e, com isso, a gente está o tempo inteiro convidando pessoas para trocarem ideias fundamentalmente as grandes questões da psicanálise contemporânea, criando temas novos, enfim, acompanhando tudo que está acontecendo com a psicanálise.”

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