Boletim Unicap

Professor Marcus de Carvalho faz palestra na Aula Inaugural do Mestrado em História

O Mestrado em História da Universidade Católica de Pernambuco realizou na noite de segunda-feira (20), no anfiteatro do bloco G4, a sua Aula Inaugural, com palestra do historiador e professor da UFPE Marcus de Carvalho. Ele abordou o tema “Tráfico, Escravidão e Liberdade”.

A programação teve início com as boas-vindas do coordenador do Mestrado, Tiago César. Na sua fala, ele agradeceu a todos que se empenharam em tornar real o sonho de implantar o Mestrado em História na Unicap e apresentou os planos do curso para o decorrer do ano. “Nossa programação contempla no mínimo dois seminários, nas áreas de patrimônio e museu. Em um deles pretendemos trazer alguém do eixo Rio-São Paulo. Vai ser importante trazer alguém com grande conhecimento e com capital simbólico para o curso”, ressaltou. Em seguida, foram apresentados os professores do curso.

O professor Marcus de Carvalho, pós-doutor pela École de Hautes Études en Sciences Sociales e cujas pesquisas estão relacionadas com a escravidão, o tráfico de escravos e
a história social do chamado “ciclo das insurreições liberais do Nordeste”, focou sua palestra no livro “O Alufá Rufino – Tráfico, Escravidão e Liberdade no Atlântico Negro”, resultado de quase dez anos de intensa pesquisa.

O livro, escrito por ele e pelos historiadores João José Reis e Flávio dos Santos Gomes, é dividido em três partes. A primeira, escrita por João José Reis, aborda o contexto político do Reino de Oyó, local onde o personagem central, Rufino, nasceu e viveu até os dezessete anos até ser capturado e trazido para o Brasil como escravo. São abordados também os conflitos políticos da Bahia, local onde Rufino desembarcou e foi comprado pelo Boticário João Gomes da Silva.

A segunda parte, que ficou a cargo de Flávio dos Santos Gomes, trata principalmente do período em que Rufino já está liberto e atua como cozinheiro em navios negreiros, em um período conturbado e perigoso no Atlântico, já que o tráfico de escravos se encontrava na ilegalidade e sob vigília constante da marinha inglesa.

Marcus de Carvalho ficou responsável pela terceira parte, que conta a história de Rufino já estabelecido no Recife, local que escolheu para viver após suas andanças e aventuras por mar e por terra, onde se tornou Alufá e conselheiro espiritual. “Hoje a ideia foi de conversar com os alunos sobre o processo de feitura de um livro. As linhas que ele segue e o desafio que é o trabalho de um historiador”, pontuou o palestrante.

 

 

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