A literatura e o circo sob vários olhares
|Teve continuidade na quinta-feira (30) o Encontro de Literatura Infanto-juvenil, que este ano debate a arte a cultura circense, sob o olhar de diferentes áreas das ciências humanas. O evento foi realizado no auditório G1. Além de uma mesa-redonda com a participação de acadêmicos e profissionais do circo, houve uma oficina de malabares, promovida pela Escola Pernambucana de Circo.
A mesa da noite foi formada pela escritora e mestranda em teoria literária (UFPE), Patrícia Tenório, que estabeleceu uma relação entre os personagens da criança e da marionete contidas nas obras do pintor Henri Rousseau e a teoria da ficção(estudada pela acadêmica) desenvolvida pelo autor Oscar Wilde no conto O Aniversário da Infanta; em seguida a graduanda em psicologia pela FG Camila Herculano dialogou sobre como a influência da prática circense pode auxiliar no desenvolvimento intelectual e cognitivo da criança; logo após, foi a vez da aluna do curso de Filosofia da Unicap Giulia Cooper, que também é artista circense, integrante da Caravana Tapioca, e que debateu a respeito das formas de comicidade, uma análise sobre o riso e a comédia segundo a obra do filósofo contemporâneo Henri Bergson; por último foi a vez da professora Maria do Carmo de Siqueira Nino (UFPE) – artista plástica, doutora em artes plásticas e ciência das artes – que trouxe para o debate a cinematografia presente no cinema e no circo e como as duas se misturam. A mesa foi coordenada pela professora Haidée Fonseca (Unicap).
O professor Robson Teles (idealizador e realizador do evento) explica que a necessidade da realização do Encontro de Literatura Infanto-juvenil surgiu quando a cadeira de literatura infanto-juvenil deixou de ser obrigatória no curso de Letras e passou a ser oferecida como eletiva (sendo mantida como obrigatória apenas para o curso de Pedagogia). “Para compensar essa ausência no currículo de Letras, eu pensei na realização do encontro, que é um espaço em que os alunos terão acesso, exatamente, à produção literária e ao diálogo com outras áreas, para estabelecer um interdiscurso/interface”.
Antes do início das palestras, foi realizada uma oficina de malabares com o público presente no auditório G1, promovida por integrantes da Escola Pernambucana de Circo. O professor também afirma “que a ideia de trazer a prática da Escola Pernambucana de Circo, é que a gente veja na prática mesmo essa parte teórica discutida e mostrada para a plateia; ademais, eu acho quando a gente fala em circo e não se tem o mínimo de uma prática, dá uma vontade, na criança que há em todos nós, de, pelo menos, ver uma apresentação de circo”.