Boletim Unicap

Mesa-redonda debate a Paisagem Cultural do Recife

Por Bárbara Campos

A 12ª Semana de Integração da Universidade Católica de Pernambuco teve continuidade na noite desta terça-feira (21), com a mesa-redonda “Paisagem Cultural do Recife”, no auditório G1. Coordenada pela professora do curso de Arquitetura e Urbanismo da Unicap Lourdinha Nóbrega, a mesa contou com as participações dos arquitetos Evelyne Labanca e Rodrigo Cantarelli.

Segundo a Unesco, as Áreas de Paisagem Cultural são partes específicas fotograficamente delimitadas da paisagem formadas por várias combinações de agenciamentos naturais e humanos. Ilustram a evolução da sociedade humana através do tempo e do espaço e, quando de valores reconhecidos, atendem social e culturalmente diferentes níveis territoriais graças à presença de remanescentes físicos, que refletem o uso e as atividades desenvolvidas na terra no passado, experiências ou tradições populares, representação em obras literárias ou artísticas. Ou pelo fato de ali terem ocorrido fatos históricos. A Paisagem Cultural engloba as pessoas e a cultura delas dentro de um espaço específico.

“Disseram que o bairro de Santo Antônio, assim como de São José e o do Recife seriam totalmente preservados. Agora não conseguimos sequer preservar um único edifício”, afirmou Lourdinha, cuja apresentação abordou as Zonas de Preservação do Recife. O Clube Líbano, o Castelinho e o Edifício Acaiaca foram alguns dos exemplos sugeridos pela professora ao se referir às construções que compõem a Paisagem Cultural.

O Brasil é um dos países que, sob a tutela da Unesco, tratam da preservação. Nem todos os lugares têm a mesma dinâmica, tratar da preservação em Londres é diferente de tratá-la no Recife, mas algumas questões são pertinentes para todas as cidades, porque elas se desenvolvem e se transformam.

Na sequência, a arquiteta Evelyne Labanca falou sobre os “Caminhos a Percorrer”. Trouxe a história arquitetônica da Cidade do Recife com paisagens que podem ser vistas hoje e outras que só podem ser vistas por fotos e desenhos, devido à mudança arquitetônica.

Uma hipótese foi cogitada por um estudioso nos anos 1990, a de que com o avanço da tecnologia, as pessoas se desligariam dos centros urbanos e da cidade. “O maior exemplo de que com a tecnologia as pessoas não esqueceram da cidade como um todo foi a presença de movimentos populares no ano passado. Recife foi uma das cidades que teve destaque pela divergência de pautas, cada pessoa estava nos movimentos por um motivo, mas todos se uniram pela cidade”, explicou Evelyne.

Foram exibidas também imagens que mostram a transformação do Recife com relação á água, que cada vez mais foi perdendo espaço para as construções, uma das causas das enchentes em temporadas de chuva.

 

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