IV Fórum Eptic vai debater a comunicação alternativa
|Digitalização, alternativas e direito à comunicação – Valério Brittos (Unisinos)Comunicação alternativa – Cicília M. Krohling Peruzzo (Umesp)A adoção do Sistema Brasileiro de TV Digital e o debate sobre o sistema brasileiro de rádio digital evidenciam uma mobilização hercúlea por parte das iniciativas de comunicação comunitária, se submetendo a orçamentos limitados ou mesmo inexistentes e sem condições profissionais de manutenção de suas atividades. A proposta dessa palestra é apresentar perspectivas relacionadas às demandas de apropriação do processo regulatório, que incidem na formulação ampla de políticas que atendam às necessidades socioculturais e político-econômicas desses grupos, bem como às demandas de apropriação do processo tecnológico, que dizem respeito às definições sobre faixas de frequência, infraestrutura e gestão, além de áreas relacionadas a conteúdo, como programação, produção e elaboração de formatos e narrativas capazes de engajar a sociedade em geral nos processos de afirmação dessas iniciativas.
Faço Parte! Territórios de afeto e investimentos desejantes da comunicação sindical no cenário da acumulação via espoliação – Maria Luiza Cardinale Baptista (UCS)O texto apresenta a reflexão sobre a comunicação sindical contemporânea, a partir da experiência de consultoria e produção do livro “Faço Parte: 30 Anos – Histórias e Personagens do Sindicato dos Comerciários de Carazinho e Região”, no Rio Grande do Sul. Atualiza a discussão sobre a comunicação sindical, realizada em pesquisa anterior, pela autora, junto aos metalúrgicos de Porto Alegre e apresentada à ECA/USP. O referencial teórico é transdisciplinar, envolvendo a Comunicação; a Esquizonálise, para aspectos da subjetividade maquínica e dispositivos de subjetivação, bem como a noção de territórios de afeto – neste caso, associada à Geografia contemporânea. A proposição alia-se, ainda, à Economia Política, na medida em que discute a Comunicação Sindical e a necessidade de um novo padrão tecnoestético, no contexto do capitalismo de acumulação via espoliação.
Os novos movimentos sociais e a utilização da Internet – César Bolaño (UFS)
O trabalho propõe uma discussão sobre a mudança estrutural do capitalismo e o impacto deste fenômeno sobre os movimentos sociais, considerando deslocamentos transcorridos a partir dos anos 2000. Compreende-se que os novos movimentos sociais surgem no final do século XX e seguem reproduzindo-se até o momento, tendo por característica a organização da juventude através de redes sociais e da Internet em geral. Trata-se de uma incógnita, de algo ainda definido, pois se afasta muito do velho movimento operário e da organização classista. Este estudo, então, pretende analisar os caminhos desta realidade, debatendo flashes do que está acontecendo, o que foge dos instrumentos clássicos da política, ao mesmo tempo em que o funcionamento das redes coloca desafios intelectuais para o pensamento de esquerda e a Economia Política.
Conceitos de comunicação alternativa, das origens às novas configurações. Especificidades do jornalismo alternativo e suas feições no universo das tecnologias da informação e comunicação. Proximidades e interfaces com outras vertentes ou denominações da comunicação do “povo”, tais como a comunicação popular, comunicação comunitária e comunicação cidadã. Comunicação não-hegemônica: (in)coerências entre práticas e conceito? Comunicação “alternativa” hoje: diversidade, possibilidades, limites e avanços.
Prosumidores ou neoconsumidores? – Bruno Fuser (UFJF)
As tecnologias digitais trouxeram (e a cada dia trazem mais) novas possibilidades de produção no contexto comunicacional, a ponto de muitos pesquisadores apontarem sermos todos prosumidores: não apenas consumidores, mas também produtores de informação e comunicação. Tal perspectiva, se encontra respaldo no cotidiano de muitíssimas pessoas, é apenas uma promessa para um número ainda maior de cidadãos, seja porque são excluídos do acesso à internet, seja porque têm acesso a uma internet de segunda categoria (lenta, incapaz de acompanhar as inovações das tecnologias digitais que permitem a utilização de determinadas dimensões da produção de informação), seja, finalmente, porque não dominam e/ ou não têm interesse em dominar as técnicas de produção de informação. Pesquisas como do Observatório Nacional de Inclusão Digital e do IBGE mostram como a perspectiva de produção de informação, essencial para uma inclusão sociodigital, ainda está longe de ocorrer no Brasil.
A digitalização das iniciativas de comunicação comunitária: apropriação dos processos regulatório e tecnológico – Adilson Cabral (UFF)