Avanços e desafios da Lei Maria da Penha analisados em seminário
|Os avanços e os desafios da Lei Maria da Penha no enfrentamento da violência contra as mulheres foram tema do seminário promovido pelo Centro de Referência Clarice Lispector. O evento aconteceu na tarde desta quinta-feira (27), no anfiteatro do bloco G4.
A abertura foi feita pela secretária da Mulher da Prefeitura da Cidade do Recife, Elisabete Godinho. Ela destacou a necessidade de um constante monitoramento jurídico dos agressores e a busca pelo resgate da cidadania. A secretaria também defendeu a implementação das redes de atendimento, “inclusive para os agressores”.
Logo depois, a gerente de Promoção da Cidade Segura, Tadzia Negromonte, apresentou dados do Centro. De acordo com ela, são realizados, em média, 260 atendimentos por mês. De janeiro de 2013 a julho de 2015, 3.718 mulheres em situação de violência procuraram o Centro. “Vamos precisar de anos para desconstruir essa sociedade machista e patriarcal. Vamos vencer esse desafio quando a sociedade for igualitária e que não necessite mais de centros de proteção de gênero”.
Dinâmica – A descontração marcou o início do seminário. A atriz e contadora de histórias Veraci Costa brincou com a plateia. Primeiro ela fez um ‘telefone sem fio’. A frase inicial A paz pode tornar um mundo melhor foi dita ouvido a ouvido e no final se transformou em Com a paz, o controle é melhor. A distorção provocou risos, mas ilustrou o que Veraci classifica como uma “das maiores dificuldades da sociedade atualmente: a incapacidade de ouvir”.
Em seguida, ela contou a história de um rei aprisionado por um bruxo. O monarca foi libertado para ver a família com a condição de retornar com a resposta para o que as mulheres mais querem na vida. O rei colheu respostas de todas as mulheres do reino. No entanto, uma delas disse que responderia caso se casasse com o homem mais bonito e inteligente do reino: o príncipe. O rei aceitou e casou o filho com ela, uma mulher feia e suja.
Na noite de núpcias, o príncipe beijou a mulher e um feitiço foi desfeito. Ela era filha do bruxo e havia se transformado numa bela mulher. Ela perguntou ao marido se ele a preferia bonita à noite ou durante o dia. Ele pediu para que ela escolhesse. “Um novo clarão e a segunda parte do feitiço foi desfeita. Veio então a resposta sobre o que as mulheres mais querem na vida: o direito de escolha”, finalizou Veraci.