PRÁTICAS DOCENTES E ANDRAGOGIA NA EAD

UM ESTUDO DE PRODUÇÃO DE SENTIDOS

Autores

Palavras-chave:

Andragogia. Educação a Distância (EAD). Práticas docentes. Análise de discurso. Produção de sentidos

Resumo

O artigo mapeia as práticas pedagógicas de professores executores na EAD sob a ótica da Andragogia, analisando os sentidos construídos em seus discursos. A pesquisa, de abordagem qualitativa e estudo de caso, envolveu 18 professores de seis núcleos de uma instituição privada, com coleta de dados via questionário online e análise baseada na Análise de Discurso de linha francesa. Os resultados mostram que, embora princípios andragógicos como autonomia, experiência prévia e orientação para a aprendizagem sejam valorizados, os discursos docentes tendem a responsabilizar individualmente o aluno pelo sucesso acadêmico, desconsiderando fatores sociais e institucionais. Essa lógica discursiva constrói a imagem de um “aluno ideal” adaptado ao sistema educacional e ao mercado. Conclui-se que, apesar das boas intenções pedagógicas, as práticas docentes na EAD são atravessadas por ideologias que naturalizam a responsabilização individual, demandando reflexão crítica para uma educação mais inclusiva e contextualizada. A pesquisa contribui para a formação continuada e o aperfeiçoamento das práticas pedagógicas na EAD.

Biografia do Autor

  • NADIA AZEVEDO, Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP)
    Doutora em Letras e Linguística (Doutorado, UFPB, 2006). Mestre em Fonoaudiologia (Mestrado Acadêmico, PUC-SP, 2000), Fonoaudióloga (Instituto Brasileiro de Medicina de Reabilitação - IBMR, Rio de Janeiro, 1978), com especialização em Patologias da Linguagem (UNICAP, 1984) e título de especialista em Linguagem pelo Conselho Federal de Fonoaudiologia (CFFa, 2006; renovação do título em 2012 e 2017). Professora adjunto IV da Universidade Católica de Pernambuco, atua na Graduação em Fonoaudiologia e como professora e pesquisadora no Programa de Pós-graduação stricto sensu em Ciências da Linguagem (mestrado e doutorado). Utiliza como aporte teórico-metodológico a Análise do Discurso de linha francesa, na relação com a aquisição e distúrbios de linguagem, em especial, a gagueira e a afasia. Orientou 32 dissertações de mestrado, 8 teses de doutorado e 42 pesquisas de Iniciação Científica (IC). Atualmente, possui 10 doutorandos, 3 bolsistas de IC e 2 voluntários de Extensão. Foi coordenadora do Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem (PPGCL) por duas gestões (4 anos, de 2008 a 2012). Compõe o Banco Nacional de Avaliadores Institucionais (MEC) desde 2006. É líder do grupo de pesquisa do CNPq, intitulado Discurso, sujeito e sociedade, constituído no Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem. É membro do Grupo de Pesquisa Linguagem, Distúrbio e Multidisciplinaridade. Foi coordenadora do PROCAD UNICAP, intitulado Diálogos em Linguística: do Formal ao Discursivo, em parceria com as instituições UCPEL e UFPB. É consultora da CAPES a partir de 2017. Compõe a Comissão de Análise Qualitativa da CAPES em 2022. É presidente e membro do Comitê de Ética em Pesquisa (CEP UNICAP) desde 2014. Orcid: https://orcid.org/0000-0001-6425-2846

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Publicado

2025-10-02

Como Citar

GOMES, MANUELA PEREIRA; AZEVEDO, NADIA. PRÁTICAS DOCENTES E ANDRAGOGIA NA EAD: UM ESTUDO DE PRODUÇÃO DE SENTIDOS. SEMANA DE ESTUDOS LINGUÍSTICOS E LITERÁRIOS, Recife, v. 6, n. 27, p. 167–175, 2025. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/sellu/article/view/3270.. Acesso em: 5 dez. 2025.

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