A LUTA DAS TRABALHADORAS DOMÉSTICAS, A IGREJA DOS POBRES E O FEMINISMO POPULAR: A FORMAÇÃO DE UM CAMPO POLÍTICO CONTADA A PARTIR DA TRAJETÓRIA DE LENIRA CARVALHO
DOI:
https://doi.org/10.25247/paralellus.2020.v11n28.p429-457Parole chiave:
Lenira Carvalho, Trabalhadoras domésticas, Juventude Operária Católica (JOC), Feminismo popular.Abstract
Lenira Carvalho é uma trabalhadora doméstica engajada na organização sindical desta categoria. Inicia sua militância na experiência da Igreja dos Pobres, no Recife e em Olinda, mais precisamente no cristianismo da libertação desenvolvido a partir da Juventude Operária Católica (JOC). Neste artigo, a partir de registros biográficos escritos em momentos diferentes da sua trajetória (1982, 2000 e 2008), desenvolvemos reflexões sobre (1) a forma como o contexto de pandemia lança luz sobre aspectos centrais da luta das trabalhadoras domésticas e os impasses que esta categoria segue enfrentando para a garantia dos seus direitos, (2) a aproximação entre a luta das trabalhadoras domésticas e a Igreja dos Pobres e (3) a formação do campo feminista popular no Brasil. Na análise das reflexões de Lenira Carvalho sobre seu processo de formação política, articulamos a sua trajetória à formação do campo feminista popular no Brasil, discutindo as múltiplas influências presentes na formação deste campo.Downloads
Riferimenti bibliografici
ANDRADE, Flávio Lyra. Ação popular e assembleia popular: continuidades e descontinuidade na constituição do catolicismo da libertação. REVTEO Revista de teologia e ciências da religião da UNICAP-PE. 2012, n.1, v.01, pp. 79-104.
ANDRADE, Flavio Lyra. Igreja no nordeste, pastorais sociais e cristianismo da libertação: Assembléia Popular nos anos 2005-2010. Revista de Cultura teológica. Ano XXVIII, número especial, I Jornada José Comblin. Out-nov, 2019. pp. 143-171.
ÁVILA, Maria Betânia. “Algumas questões teóricas e políticas sobre emprego doméstico”. In Maria Betânia Ávila, Milena Prado, Tereza Souza, Vera Soares, Verônica Ferreira (orgs.). Reflexões feministas sobre informalidade e trabalho doméstico. Recife, SOS Corpo, 2008.
BERNARDINO-COSTA, Joaze. Sindicatos das Trabalhadoras Domésticas no Brasil: teorias da descolonização e saberes subalternos. Tese de Doutorado em Sociologia. Universidade de Brasília, 2007.
BERNARDINO-COSTA, Joaze. Controle de vida, interseccionalidade e política deempoderamento: as organizações políticas das trabalhadoras domésticas no Brasil. Est. Hist., Rio de Janeiro, vol. 26, nº 52, p. 471-489, jul-dez de 2013.
BERNARDINO-COSTA, Joaze. Decolonialidade e interseccionalidade emancipadora: a organização política das trabalhadoras domésticas no Brasil. Revista Sociedade e Estado - V. 30, N. 1, Jan/Abr, 2015, p. 147-163.
BOFF, Clodovis. Como trabalhar com o povo; metodologia de educação popular. Petrópolis: Vozes, 1984.
BRANCO DE LIMA, Paula Sophia. Os feminismos e a crise do campo discursivo da esquerda: reflexões sobre as práticas articulatórias do Campo Democrático Popular. Dissertação (Mestrado em Sociologia) – Centro de Filosofia e Ciências Humanas, Universidade Federal de Pernambuco. Recife, 2018.
CARVALHO, Lenira. Depoimento, Cadernos de Educação Popular 4, Petropólis, Vozes e Nova, 1982.
CARVALHO, Lenira. A luta que me fez crescer. Entrevista a Cornélia Parisius. Recife, DED, Bagaço, 2000.
COSTA, Ana Alice; SARDENBERG, Cecilia M. B. (orgs). O Feminismo do Brasil: reflexões teóricas e perspectivas. Salvador: UFBA / Núcleo de Estudos Interdisciplinares sobre a Mulher, 2008.
CZARNIAWSKA, Barbara. Narratives in Social Sciences. London: Sage, 2004.
DIEESE. Quem cuida das cuidadoras: trabalho doméstico remunerado em tempos de coronavírus. Estudos e Pesquisas, n. 96, 2020.
ELLIOT, Jane. Using narrative in research: qualitative and quantitative approaches. London: Sage, 2005.
FINE, MICHAEL; TRONTO, Joan. Care goes viral: care theory and research confront the global COVID-19 pandemic. International Journal of Care and Caring, vol 4, n. 3, p. 301–309.
FISHER, Maria Clara Bueno. Do agente ao educador popular: Reflexões sobre um trabalho popular. São Paulo, UFRGS, 1987 (Dissertação de Mestrado).
KOROL, Claudia. “Feminismos populares. Las brujas necesarias en los tiempos de cólera”. Nueva Sociedad, n. 265, Sep-Oct, 2016, p. 142-152.
LINS, Luis Carlos da Silva. A Ação Católica Operária (ACO): formação e atuação de de cristãos/ãs comprometidos/as com as mudanças no estado de Pernambuco (1964 - 1974). Recife, UFRPE, 2009, Monografia de Especialização em Ensino de História das Artes e das Religiões.
MANFREDI, Silvia Maria. Educação sindical entre conformismo e a crítica. São Paulo: Loyola, 1986.
MARIN, Richard. Dom Helder Câmara, um itinerário no catolicismo brasileiro. In: MONTENEGRO, Antonio et all.. Dom Helder Peregrino da Utopia. Os caminhos da educação e da política. Série Educação e Cidade. Recife, PCR Secretaria de Educação, 2002. pg. 123-138).
SADER, Eder. Quando Novos Personagens entraram em cena: Experiências, Falas, Lutas dos Trabalhadores da Grande São Paulo, 1970-80. Rio de Janeiro: Paz e Terra, 1988.
SEMERARO, Giovanni. A primavera dos anos 60, a geração de Betinho. Rio de Janeiro: Edições Loyola; Centro João XXIII, 1994.
SILVA, Carmen; ANDRADE, Paula. “Fomos capazes de chegar até aqui, somos capazes de andar ainda mais. Entrevista de Lenira Carvalho”. Cadernos de Crítica Feminista. Ano II, nº 1. Recife, SOS Corpo, 2008.
SILVA, Carmen Maria Da. Movimento de mulheres, movimento feminista e participação de mulheres populares: processo de constituição de um feminismo antissistêmico e popular. Tese de Doutorado (Sociologia), Universidade Federal de Pernambuco, 2016.
SILVA, Carmen. “Vai avançar o feminismo popular!”. In Maria Betânia Ávila e Verônica Ferreira (orgs.). Teorias em movimento: reflexões feministas na Articulação Feminista Marcosul. Recife, Edições SOS Corpo, 2019.
SOBREIRA, Vinícius. “Sindicato critica estados que incluíram domésticas em serviço essencial na quarentena”. Brasil de Fato. Recife, 25 de Maio de 2020. Disponível em: brasildefato.com.br/2020/05/25/sindicato-critica-estados-que-incluiram-domesticas-em-servico-essencial-na-quarentena
TELES, Maria Amélia de Almeida. Breve história do feminismo no Brasil. Coleção tudo é história. São Paulo, Brasiliense, 1999.
VIECELI, Cristina Pereira; WÜNSCH, Julia Giles; FREITAS, Priscila de; SANTOS, Tábata Silveira dos. “Direitos Parcelados: Trajetória da Legislação do Emprego Doméstico no Brasil”. In Cristina Pereira Vieceli, Julia Giles Wünsch e Mariana Willmersdorf Steffen (orgs). Emprego Doméstico no Brasil. Raízes históricas, trajetórias e regulamentação. São Paulo, LTR Editora, 2017.
ZARZAR, Andrea Lorena Butto. Movimentos Sociais de Mulheres Rurais no Brasil: a construção do sujeito feminista. Tese de Doutorado (Sociologia), Universidade Federal de Pernambuco, 2017.
Dowloads
Pubblicato
Fascicolo
Sezione
Licenza
A submissão de originais para a Paralellus implica a transferência, pelos autores, dos direitos de publicação eletrônica. Os direitos autorais para os artigos veiculados neste periódico são do autor; todavia, são da revista os direitos sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão fazer uso dos mesmos resultados em outras publicações se indicarem, claramente, que a Paralellus foi o meio originalmente utilizado. Em decorrência do fato de ser a Paralellus uma revista de acesso público, é permitida a utilização gratuita dos artigos em aplicações educacionais e/ou científicas não comerciais, desde que respeitando-se a exigência de citação da fonte (Texto atualizado em 16-11-2020).