AGÊNCIAS ENCANTADAS: COSMOPOLÍTICAS INDÍGENAS E SERTANEJAS
DOI:
https://doi.org/10.25247/paralellus.2020.v11n26.p009-028Parole chiave:
Encantados, indígenas, política, religiãoAbstract
Este texto busca explorar um aspecto pouco estudado do universo religioso e político presente nas vidas de populações indígenas do alto sertão alagoano, e, especialmente, trata do povo Kalankó. Para isso, por meio de dados etnográficos que se estendem de 2001 a 2012, apresenta o potencial de agenciamento dos encantados, entidades espirituais relacionadas aos antepassados que atuam concretamente na região, promovendo transformações, como, por exemplo uma retomada territorial. Deste modo, o texto apoia-se na noção de cosmopolítica de Isabelle Stengers e Marisol de La Cadena, que buscam pensar no agenciamento de entidades sobre humanas e na, consequente, potencialidade política presente nestes grupos e agenciamentos. O objetivo do texto, por fim, é o de refletir acerca de uma cosmopolítica indígena e sertaneja, baseada na agência encantada e, assim, questionar políticas indigenistas formuladas para a região, baseadas apenas em categorias modernas, de outra matriz epistemológica, como religião e política, ligadas ao Estado moderno. Deste modo, busca-se problematizar a política indigenista brasileira no sertão nordestino.Downloads
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