REPRESENTAÇÕES SOCIAIS DAS RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS: O QUE PENSAM OS ESTUDANTES DAS ESCOLAS ESTADUAIS DE REFERÊNCIA DA CIDADE DO RECIFE
Mots-clés :
Representações Sociais, Religiões Afro-Brasileiras, Identidade e Religião.Résumé
O presente artigo apresenta o resultado da pesquisa de mestrado intitulada Representações Sociais das Religiões Afro-Brasileiras: o que pensam os estudantes das escola estaduais de referência da cidade do Recife. Teve por objetivo analisar as Representações Sociais das religiões afro-brasileiras, apresentadas por dezoito estudantes de três Escolas de Referência da Rede Pública Estadual de Pernambuco. Para contextualizar historicamente as religiões afro-brasileiras, utilizamos a pesquisa bibliográfica, visando compreender como essas religiões foram concebidas no passado e ressignificadas no presente. Esta foi uma pesquisa de campo, qualitativa e descritiva. Assim, a coleta de dados foi realizada através de entrevistas semiestruturadas, aplicadas aos dezoito entrevistados para analisar o que pensam os estudantes sobre as religiões afro-brasileiras, bem como aos três coordenadores pedagógicos das três escolas com o objetivo de analisar o cumprimento das ações recomendados pela Lei 10.639/2003 que trata da História e Cultura Afro-Brasileira, indicando um trabalho de desconstrução e combate ao preconceito étnico-racial e religioso. A análise dos dados coletados foi realizada através da análise de discurso. Como resultado, esperou-se contribuir para a problematização da abordagem das religiões afro-brasileiras representadas pelos estudantes da escola pública estadual de Pernambuco, ampliando no Programa de Educação Integral de Pernambuco a valorização da educação na dimensão religiosa e espiritual, fortalecendo a concepção de educação crítica e emancipadora de estereótipos, preconceitos e discriminações religiosas, e, assim, possibilitar a construção de uma sociedade mais justa e democrática, onde a diversidade e o diálogo inter-religioso possam ser respeitados.
Data de submissão: 26-03-2016. Aprovado em: novembro de 2016.
##plugins.themes.default.displayStats.downloads##
Références
AUGRAS, M. O duplo e a metamorfose: a identidade mítica em comunidades nagô. 2 ed. Petrópolis-RJ: Vozes, 2008.
BASTIDE, R. Catimbó. In: PRANDI, R. (org.). Encantaria brasileira: o livro dos mestres, caboclos e encantados. Rio de Janeiro: Pallas, 2001, p. 146-159.
COSTA, A. C. G. Guia do educando: você mensagens a um jovem educando. Secretaria de Educação do Estado de Pernambuco, Programa de Educação Integral, Recife: [2009].
FERRETTI, S. Repensando o Sincretismo. 2 ed. São Paulo: Edusp Arché, 2013.
GUARESCHI, P. A.; JOVCHELOVITCH, S. (orgs.). Textos em representações sociais. 12 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011.
BRASIL. Lei 10.639, de 09 de janeiro de 2003. Dispõe da inclusão no currículo oficial da rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira. In: SERGIPE. (Estado). Núcleo de Educação da Diversidade e Cidadania – NEDIC. As relações étnico-raciais: história e cultura afro-brasileira e africana na educação básica de Sergipe. Secretaria de Estado da Educação de Sergipe, DED, NEDIC, Aracaju: SE, 2011, p. 9-10.
. Lei 11.645, de 10 de março de 2008. Dispõe da inclusão no currículo oficial da
rede de ensino a obrigatoriedade da temática História e Cultura Afro-Brasileira e Indígena. Disponível em: < www.planalto.gov.br/ccivil_03/-ato2007-2010/2008/lei/I11645.htm >. Acesso em: 30/09/2014.
MOSCOVICI, S. Representações sociais: investigações em psicologia social. 7 ed., Petrópolis, RJ: Vozes, 2010.
MOTTA, R. Religiões afro-recifenses: ensaio de classificação. In: CAROSO, C; BACELAR, J. (Orgs.). Faces da tradição afro-brasileira: religiosidade, sincretismo, anti-sincretismo, reafricanização, práticas terapêuticas. 2ed., Rio de Janeiro: Pallas; Salvador, BA: CEAO, 2006. p. 17-35.
ORTIZ, R. A morte branca do feiticeiro negro: umbanda e sociedade brasileira. São Paulo: Editora Brasiliense, 1991.
PERNAMBUCO. Lei Complementar n. 125, de 10 de julho de 2008. Cria o programa de educação integral, e dá outras providências. Assembléia Legislativa do Estado de Pernambuco. Disponível em: http//www. legis.alepe.pe.gov.br/arquivotexto.aspx?tiponorma=2&numero=125&complemento=0&ano=2008&tipo=textooriginal > Acesso em: 15 de Marc. 2014.
. Secretaria de Educação de Pernambuco. Inauguração marca volta às aulas na rede estadual. Disponível em: . Acesso em: 14 de Marc. 2014.
. Secretaria de Educação de Pernambuco – SEDUC. Proposta curricular para o ensino médio integral: ciências humanas e suas tecnologias. Recife: PE, volume 3, 2010.
PRANDI, R. Referências sociais das religiões afro-brasileiras: sincretismo, branqueamento, africanização. In: CAROSO, C., BACELAR, J. (orgs.). Faces da tradição afro-brasileira: religiosidade, sincretismo, anti-sincretismo, reafricanização, práticas terapêuticas. 2ed., Rio de Janeiro: Pallas; Salvador, BA: CEAO, 2006. p. 93-111.
. As religiões afro-brasileiras nas ciências sociais: uma conferência, uma bibliografia. Revista Brasileira de Informação Bibliográfica em Ciências Sociais. BIB-ANPOCS, São Paulo, n. 63, 2007, p. 7-30.
SANTOS, J. E. Os nàgô e a morte: pàde, àsèsè e o culto égun na Bahia. 14 ed., Petrópolis, Vozes, 2012.
SEGATO, R. L. Santos e daimones: o politeísmo afro-brasileiro e a tradição arquetipal. 2 ed. Brasília: Editora Universidade de Brasília, 2005.
SILVA, V. G. Candomblé e umbanda: caminhos da devoção brasileira. 4 ed., São Paulo: Selo Negro, 2005.
SPINK, M. J. (org.). Práticas discursivas e produção de sentidos no cotidiano: aproximações teóricas e metodológicas. São Paulo: Cortez, 1999.
. Desvendando as teorias implícitas: uma metodologia de análise das representações sociais. In: GUARESCHI, P. A.; JOVCHELOVITCH, S. (orgs.). Textos em representações sociais. 12 ed. Petrópolis, RJ: Vozes, 2011, p. 95-118.
Téléchargements
Publiée
Numéro
Rubrique
Licence
A submissão de originais para a Paralellus implica a transferência, pelos autores, dos direitos de publicação eletrônica. Os direitos autorais para os artigos veiculados neste periódico são do autor; todavia, são da revista os direitos sobre a primeira publicação. Os autores somente poderão fazer uso dos mesmos resultados em outras publicações se indicarem, claramente, que a Paralellus foi o meio originalmente utilizado. Em decorrência do fato de ser a Paralellus uma revista de acesso público, é permitida a utilização gratuita dos artigos em aplicações educacionais e/ou científicas não comerciais, desde que respeitando-se a exigência de citação da fonte (Texto atualizado em 16-11-2020).