RELIGIOSIDADE INDIGENA NAS AMÉRICAS
DOI:
https://doi.org/10.25247/paralellus.2020.v11n26.p029-044Palavras-chave:
Cultura, Nativos, Religião, Rituais, TradiçãoResumo
Muito se tem falado sobre religiões indígenas, possivelmente numa tentativa da compreensão sobre as culturas dos povos nativos das Américas. Neste artigo, procuramos ter uma visão geral sobre esta questão, analisando-se não só os povos nativos do Brasil, mas, por consequência, os dados obtidos sobre religiosidade entre os descendentes dos povos originais das Américas, Norte, Central e Sul, não só para ter uma compreensão mais geral e clara sobre os sistemas de crença dessas culturas, mas também avaliando-se as similaridades e diferenças entre tais sistemas antes e depois das invasões Europeias, quando novas crenças, tanto religiosas como gerais, foram sendo impostas sobre esses povos. Em primeira instância, procuramos analisar as diferenças entre o que se denomina como religião e o que se entende como espiritualidade, chegando a concluir que os sistemas de crença nativos se baseiam muito mais numa espiritualidade original, ou seja uma ligação maior com o que entendem como espíritos da natureza, do que em religiões portadoras de dogmas e que determinam uma separação rígida entre o Sistema de crenças e estado político em uma mesma sociedade. Concluímos, portanto, que os indígenas ancestralmente procuram e se adaptam a crenças em espíritos da natureza, os quais lhes permitem um estado de ser e de comportamento especial, os quais lhes dão sentido a suas vidas, a suas relações tanto intra como extra-tribais, sendo que tais crenças são seguidas tanto individual como coletivamente, mas não são caracterizadas como imposições dogmáticas. Atualmente, as práticas espirituais tradicionais continuam mescladas com as práticas religiosas contemporâneas tanto de Europeus brancos como de Africanos negros, embora tendo sido banidas e desconstruídas de sua autenticidade pelos conquistadores europeus. Neste trabalho, portanto, nos debruçamos sobre casos específicos de religiosidade entre nativos tanto do Norte, como do Centro e do Sul da América ou das Américas, focalizando os Mayas da Guatemala, os Laika do Peru e os Xocó e Kariri-Xocó do Brasil. En passant, falaremos também sobre os nativos americanos dos Estados-Unidos e do México.
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Referências
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