RELIGIÃO E RESISTÊNCIAS: OS AFRO-BRASILEIROS E A PERSEGUIÇÃO
DOI:
https://doi.org/10.25247/paralellus.2017.v8n19.p447-458Palavras-chave:
Religião. Mercado religioso. Intolerância. Negociação. Resistência.Resumo
Nos últimos trinta anos, o movimento político - que valoriza a negritude e seus símbolos culturais - tomou força desenvolvendo diversas formas de intervenção e de atuação junto ao espaço público. Entre esses marcadores de singularidades, as religiões afro-brasileiras desempenham um papel importante. No entanto, apesar de a relação entre religiões afro-brasileiras e identidade negra não ser necessariamente obrigatória, essa vinculação vem sendo utilizada pelo Estado através das políticas de promoção da igualdade racial, favorecendo a inserção dessas religiões na cena pública. No entanto, também sabemos que as práticas das religiões afro-brasileiras são historicamente alvo de perseguições. Adeptos das religiões afro-brasileiras têm denunciado sistematicamente ao Ministério Público as violações de seus direitos, exigindo o cumprimento da Constituição Brasileira no que diz respeito à liberdade de crença e credo. Nesse sentido, pretendemos discutir, no âmbito do mercado de consumo da fé, como os devotos afro-brasileiros agem no enfrentamento aos ataques sistemáticos de neopentecostais que agenciam seus discursos e práticas de controle e discriminação. No combate em busca de conquistas de mais consumidores/fiéis, essas religiões lançam uma gama variada de estratégias, desde ocupação dos meios de comunicação de massa, do proselitismo ambulante até a demonização, apedrejamento, destruição de territórios religiosos e outras formas de violência e negação da diversidade religiosa. Por esse caminho, acreditamos poder ampliar a compreensão da forma de atuação política desses segmentos da sociedade, sobretudo a maneira como podemos garantir o direito e o respeito à existência da diferença, da pluralidade, das alteridades.
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