AS MULHERES INDÍGENAS NAS BIOGRAFIAS DO SÉCULO XIX
O PROTAGONISMO QUE A HISTÓRIA OFICIAL NÃO REVELOU
DOI:
https://doi.org/10.25247/hu.2024.v11n22.p%25pPalavras-chave:
História das Mulheres, Biografias, Mulheres IndígenasResumo
O presente trabalho buscou investigar as mulheres indígenas “ilustres” do Brasil através da análise das biografias “Brasileiras célebres” de Joaquim Norberto de Sousa e Silva e “Mulheres Ilustres do Brasil” de Ignez Sabino e de trabalhos atuais relativos ao tema, com o propósito de analisar criticamente o protagonismo que foi dado a determinadas mulheres indígenas do período colonial no contexto do século XIX, sendo essas mulheres Damiana da Cunha, Catharina Paraguaçú, Clara Camarão, Maria Bárbara e a Princesa Arcoverde. É preciso dizer, nesse sentido, que os povos originários foram desde a invasão dos europeus infindavelmente subjugados e expostos a inúmeras violências, principalmente as mulheres. Logo surge o questionamento do porquê terem sido evidenciados no século XIX. A hipótese aventada é a de que, em decorrência do o nacionalismo fomentado no século XIX, a fim de promover a assimilação de indígenas a sociedade Imperial, buscou de maneira pedagógica condicionar as mulheres indígenas a como deveriam se portar para poderem integrar aquele novo escopo social, sendo elas as que lutem pela sua pátria, as que abdicam de sua cultura e incorporam a do europeu. O resultado da pesquisa confirmou que o protagonismo dado a essas mulheres fazia parte do projeto assimilacionista, de forma alguma sendo altruísta, mas sim manipulado a fim dos interesses imperiais. Utilizou-se a metodologia qualitativa de pesquisa, buscando analisar nas biografias e referências bibliográficas a razão pelo abrupto protagonismo atribuído às respectivas ameríndias.
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