"ESTÂNCIA DE SÃO VICENTE QUE ESPECIALMENTE PERTENCE AO POVO DE SÃO MIGUEL"
ESTRATÉGIAS DOS GUARANIS NAS DISPUTAS POR SEUS TERRITÓRIOS MISSIONEIROS (RIO GRANDE DE SÃO PEDRO, 1828-1832)
DOI:
https://doi.org/10.25247/hu.2024.v11n22.p%25pPalabras clave:
Guaranis, Estâncias Missionárias, Protagonismo Indígena, Século XIXResumen
Este artigo objetiva compreender as estratégias construídas pelos guaranis nas disputas pela estância de São Vicente, propriedade do antigo Povo Missioneiro de São Miguel, entre 1828 e 1832, no Rio Grande de São Pedro. Para isso, foram analisadas a Declaração de Venda de Terras de São Vicente e correspondências enviadas, no período em questão, pelo tenente coronel Manuel da Silva Pereira do Lago, que ocupou posições de Administrador Geral dos Povos de Missões e Comandante da Fronteira de Missões nas décadas de 1820 e 1830. Foi possível identificar que as autoridades administrativas locais utilizaram de argumentos que oscilavam entre a invisibilização dos indígenas que viviam na região e a tutela em relação a esses sujeitos como forma de se apropriar de seu território. Diante disso, os guaranis do Povo de São Miguel construíram mecanismos diversos para defender o seu direito às suas terras, variando conforme as posições sociais que ocupavam naquela realidade, bem como cada conjuntura política que se apresentava ao longo do tempo. Foram, assim, protagonistas no pleito pela posse da estância de São Vicente, em um contexto marcado por instabilidades e violências por parte dos administradores luso-brasileiros, bem como pela intensificação do avanço desses sujeitos sobre os territórios e bens dos antigos Povos Missioneiros, incorporados ao Rio Grande de São Pedro em 1801.
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