A Cultura Popular de Arraes
DOI:
https://doi.org/10.25247/hu.2018.v5n10.p440-456Palavras-chave:
Miguel Arraes, Movimento de Cultura Popular, Intelectuais, PernambucoResumo
Neste artigo, analisamos as dinâmicas internas do Movimento de Cultura Popular (MCP) nos anos 1960 e a aproximação de determinada elite intelectualizada com as camadas populares. Entende- mos que os jovens intelectuais que militaram no MCP, uma vez confrontados com os desafios do meio sócio-político-cultural popular da cidade do Recife, desenvolveram propostas programáticas e ações político-culturais que contribuíram para a percepção de que as classes populares deveriam ser sujeitos da sua história e protagonistas da construção de sua identidade. Na nossa hipótese, essa percepção pode ser contraposta às ações e aos valores dos intelectuais que se caracterizaram por certo dirigismo e elitismo. Em outras palavras, sustentamos que a experiência histórica do MCP rompeu os limites e valores que motivaram os intelectuais que formaram o Movimento. A partir dessa hipótese, buscamos, por meio da análise dos documentos oficiais do Movimento, de- monstrar que o MCP surgiu de um interesse político-partidário, mas acabou indo além dele. E que o lugar dos intelectuais no movimento foi tensionado entre o dirigismo e o contato efetivo com as massas populares, na construção de um idioma cultural e ideológico comum, marcado por um re- formismo e pelo nacionalismo progressista.
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