História, ambiente e povos indígenas no extremo Norte do Brasil: Impactos da construção da BR-156 em Oiapoque, Amapá (1976-1981)
DOI:
https://doi.org/10.25247/hu.2019.v6n12.p232-249Palavras-chave:
BR-156, História ambiental, Povos Indígenas do Oiapoque.Resumo
O artigo apresenta um estudo sobre o conflito causado pela construção da rodovia BR-156 onde, atualmente, é a Terra Indígena Uaçá, habitada por indígenas Palikur, Karipuna e Galibi Marworno em Oiapoque, Estado do Amapá, Brasil. O objetivo foi analisar as mobilizações desses povos em torno da proteção de seus territórios e as discussões com os agentes do Estado no período da Ditadura Civil-Militar, entre os anos de 1976 e 1981. Foi utilizado o conceito de conflito socioambiental, definido pela Antropologia como disputas entre grupos sociais que se relacionam de diferentes maneiras com o meio natural, envolvendo três dimensões básicas: o mundo biofísico e seus múltiplos ciclos naturais, o mundo humano e suas estruturas sociais e o relacionamento dinâmico e interdependente entre esses dois mundos. No caso da BR-156, o conflito se dá pela intervenção do Estado na região do Uaçá para atender a interesses desenvolvimentistas, enquanto os povos indígenas da região lidaram com os impactos diretos da obra. As principais fontes analisadas foram artigos dos periódicos Boletim do CIMI e Mensageiro, que apresentam forte defesa em relação às demandas indígenas. Assim, a partir do estudo, foi possível perceber que, durante a Ditadura, o processo de construção da BR-156 foi marcado por pressões, imposições e ameaças por parte do governo, que teve como resposta a organização e a resistência dos habitantes da TI Uaçá em defesa de seus territórios.
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