Os “trabalhadores comuns” e a ditadura civil-militar brasileira: memória, cotidiano e consenso

Autores

  • Isabella Villarinho Pereyra Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense

DOI:

https://doi.org/10.25247/hu.2019.v6n11.p91-106

Palavras-chave:

Memória, cotidiano, ditadura.

Resumo

Este artigo discute a memória social sobre a ditadura civil-militar, em particular sobre os anos de 1964 a 1974, a partir do estudo do cotidiano de trabalho dos ferroviários da Estrada de Ferro Central do Brasil. Ao analisar a memória construída por esses trabalhadores comuns, podemos identificar a complexidade e ambivalência das relações sociais sob regimes autoritários, bem como a relação entre a ditadura e mundos do trabalho, refletindo sobre as demandas por naturalização da vida cotidiana e atitudes como indiferença, passividade, esquecimento e silêncio dentro de um regime de exceção.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Isabella Villarinho Pereyra, Programa de Pós-Graduação em História da Universidade Federal Fluminense
    Isabella Villarinho Pereyra é mestranda em História no Programa de Pós-Graduação em História da UFF, vinculada ao Núcleo de Estudos Contemporâneos e bolsista da CAPES.

Referências

BERGERSON, Andrew Stuart. Ordinary Germans in extraordinary times. The Nazi revolution in Hildesheim. Bloomington: Indiana University Press, 2004.

BORGES, Nilson. A Doutrina de Segurança Nacional e os governos militares. In: FERREIRA, Jorge e DELGLDO, Lucilia de Almeida Neves (orgs). O Brasil Republicano, v. 4. O tempo da ditadura: regime militar e movimentos sociais em fins do século XX. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2013, p. 13-42.

CALVEIRO, Pilar. Poder e desaparecimento. Os campos de concentração na Argentina. São Paulo: Boitempo Editorial, 2013.

CORDEIRO, Janaina Martins. Direitas em movimento. A Campanha da Mulher pela Democracia e a ditadura no Brasil. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2009.

CORDEIRO, Janaina Martins. A ditadura em tempos de milagre: comemorações, orgulho e consentimento. Rio de Janeiro: FGV, 2015.

CORDEIRO, Janaina Martins. “A experiência histórica das gentes – uma entrevista sobre o franquismo, com Antonio Cazorla Sánchez”. Estudos Ibero-Americanos, Porto Alegre, v. 43, n. 2, maio-ago. 2017, p. 490-496.

FICO, Carlos. Como eles agiam. Os subterrâneos da Ditadura Militar: espionagem política e polícia política. Rio de Janeiro: Record, 2001.

FIGUEIREDO, B. G. (Org.) Batistinha: o combatente dos trilhos. Rio de Janeiro: Centro de Memória Ferroviária/AMORJ, 1994.

HALBAWCS, Maurice. A memória coletiva. São Paulo: Vértice, 1990.

JOFFILY, Mariana. O aparato repressivo: da arquitetura ao desmantelamento. In: REIS et al. (orgs.). A ditadura que mudou o Brasil: 50 anos do golpe de 1964. Rio de Janeiro: Zahar, 2014, p. 158-171.

LABORIE, Pierre. 1940-1944: Os franceses do pensar-duplo. In: ROLLEMBERG, Denise; QUADRAT, Samantha Viz. (orgs.). A construção social dos regimes autoritários. Legitimidade, consenso e consentimento no Século XX. v. 1: Europa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010, p. 31-44.

LEVI, Primo. Os afogados e os sobreviventes. São Paulo: Paz e Terra, 2004.

LÜDTKE, Alf. “What is the History of Everyday Life and who are its practioners?” In: LÜDTKE, Alf (org.). The History of Everyday Life. Princeton: Priceton Univ. Press, 1995, p. 3-40.

MATTOS, Marcelo Badaró. Trabalhadores e sindicatos no Brasil. São Paulo: Editora Expressão Popular, 2009.

MOTTA, Rodrigo Patto Sá. Jango e o golpe de 1964 na caricatura. Rio de Janeiro: Jorge Zahar Ed., 2006.

NAGASAVA, Heliene. O sindicato que a ditadura queria: o Ministério do Trabalho no governo Castelo Branco (1964-1967). Jundiaí: Pacto Editorial, 2018.

PASSERINI, Luisa. Ideologia e consenso do trabalho sob o fascismo italiano. História e Perspectivas, n. 42, jan. jun. 2010, p. 171-184.

POLLACK, Michael. Memória, esquecimento, silêncio. Estudos Históricos. Rio de Janeiro, vol. 2, n. 3, 1989, p. 3-15.

PORTELLI, Alessandro. O massacre de Civitella Val di Chiana (Toscana, 29 de junho de 1944): mito e política, luto e senso comum. In: FERREIRA, Marieta de Moraes; AMADO, Janaína. (orgs.) Usos e abusos da história oral. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2006, p. 103-130.

REIS, Daniel Aarão. Ditadura e sociedade: as reconstruções da memória. In: REIS et. al. O golpe e a ditadura militar: quarenta anos depois (1964-2004). São Paulo: EDUSC, 2004, p. 29-53.

REIS, Daniel Aarão. A revolução e o socialismo em Cuba: ditadura revolucionária e construção do consenso. In: ROLLEMBERG, Denise; QUADRAT, Samantha Viz. (orgs.). A construção social dos regimes autoritários. Legitimidade, consenso e consentimento no Século XX. v. 2: Brasil e América Latina. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010, p. 363-392.

ROLLEMBERG, Denise. QUADRAT, Samantha Viz. (orgs.). A construção social dos regimes autoritários. Legitimidade, consenso e consentimento no Século XX. v.1: Europa. Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2010.

Downloads

Publicado

2019-12-23

Como Citar

PEREYRA, Isabella Villarinho. Os “trabalhadores comuns” e a ditadura civil-militar brasileira: memória, cotidiano e consenso. HISTÓRIA UNICAP , Recife, PE, Brasil, v. 6, n. 11, p. 91–106, 2019. DOI: 10.25247/hu.2019.v6n11.p91-106. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/historia/article/view/1429.. Acesso em: 6 maio. 2024.

Artigos Semelhantes

1-10 de 75

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.