A lei, o magistrado e a política: a atuação dos juízes de direito em Pernambuco (1835-1857)
DOI:
https://doi.org/10.25247/hu.2019.v6n11.p160-176Palavras-chave:
Juízes, justiça, política, Império, Pernambuco.Resumo
O objetivo deste trabalho é examinar a atuação dos juízes de direito em Pernambuco entre os anos de 1835, quando foi estabelecido o decreto de serviço dos africanos livres e que foi mediado inicialmente pelos magistrados, até o fim do período da Conciliação, em 1857. O mapeamento de atuação desses operadores do Direito, além das diversas funções exercidas entre os cargos de Justiça e Polícia serão analisados neste artigo. Através do método prosopográfico, usamos da análise documental, como os códices de juízes municipais e de direito no Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano, APEJE, o Arquivo da Faculdade de Direito do Recife, além de alguns periódicos lançados na época, como fontes para compreender em quais locais esses magistrados mais atuavam. Com isso pretendemos também investigar os espaços de maior atividade da Justiça na província. Além disso, a identificação de personagens poucos discutidos na historiografia ajudam a desvendar quem de fato estava à frente das operações jurídicas na província. O questionamento desses atores sociais e sua efetividade na área do Direito e os entraves que ocorriam por conta de interesses particulares e/ou políticos estão inseridos no nosso campo de análise.
Downloads
Referências
ALBERNAZ. Cássio A. A. Da história política dos “grandes homens” a prosopografia das elites políticas: Considerações historiográficas e metodológicas. Anais do XXVI Simpósio Nacional de História –
ANPUH. São Paulo, junho de 2011.
AVELAR. Alexandre de Sá; SCHMIDT. Benito Bisso (organização). Grafia da Vida. Reflexões e experiência com a escrita biográfica. São Paulo. Letra e Voz. 2012.
ALBUQUERQUE. Francisco Sales de. ACIOLI. Vera Lúcia Costa. ASSIS. Virgínia Maria Almoêdo de. A face revelada dos promotores de justiça: o Ministério Público de Pernambuco na visão dos historiadores. Recife. MPPE. 2006.
ALBUQUERQUE. Francisco Sales de. ACIOLI. Vera Lúcia Costa. ASSIS. Virgínia Maria Almoêdo de. Promotores Públicos. O Cotidiano em Defesa da Legalidade. Coleção Construindo a Cidadania. Arquivo Público Estadual Jordão Emerenciano. Recife – 2002. (Disponível em CD-Rom)
AZEVEDO, Dr. Manoel Mendes da Cunha e. Observações sobre vários artigos do Código do Processo Criminal e outros da Lei de Dezembro de 1841. Pernambuco. Typografia da Viúva Roma. 1852.
A prosopografia ou biografia coletiva: balanço e perspectivas. In: HEINZ, Flávio. Por outra história das elites. Rio de Janeiro: FGV, 2006.
BASILE, Marcelo. O laboratório da nação: a era regencial (1831-1840). In GRINBERG, Keila; SALLES, Ricardo. O Brasil Imperial – Vol. II – 1831-1870 – Rio de Janeiro: Civilização Brasileira. 2009.
CADENA, Paulo Henrique Fontes. Ou há de ser Cavalcanti, ou há de ser cavalgado: trajetórias políticas dos Cavalcanti de Albuquerque (Pernambuco, 1801 – 1844). 2012.Dissertação (Mestrado). Programa de pós-graduação em História. Recife.
CÂMARA, Bruno Augusto Dornelas. O retalho do comércio: A política partidária, a comunidade portuguesa e a nacionalização do comércio a retalho, Pernambuco 1830-1870. Tese de Doutorado. UFPE. Recife. 2012.
CARVALHO, José Murilo de. A construção da ordem: a elite política imperial – Rio de Janeiro: Campos. 1980.
CARVALHO, Marcus J. M. de; CÂMARA, Bruno Dornelas. A Insurreição Praieira. Almanaque Braziliense. São Paulo, nº 08, 2008.
CARVALHO, Marcus J. M. de. Liberdade: Rotinas e Rupturas no escravismo no Recife, 1822-1850. Ed. Universitária da UFPE. 1998.
CARVALHO, Marcus J. M. de. A repressão do tráfico atlântico de escravos e a disputa partidária nas províncias: os ataques aos desembarques em Pernambuco durante o governo praieiro, 1845-1848. Tempo. Revista do Departamento de História da UFF, v. 27, p. 151-167, 2009.
CARVALHO, Marcus J. M. de. Os nomes da revolução: lideranças populares na Insurreição Praieira, Recife, 1848-1849. Revista Brasileira de Historia, vol. 23, nº 45, p.209-238, jul. 2003.
CAVALCANTI JÚNIOR, Manoel Nunes, “Praieiros”, “Gubirus” e “Populaça”: as eleições gerais de 1844 no Recife. Dissertação de Mestrado. Recife. UFPE. 2001.
CARVALHO, Marcus J. M. de. “O Egoísmo, a degradante vingança e o espírito de partido”: a história do predomínio liberal ao movimento regressista (Pernambuco, 1834 – 1837) . Tese (Doutorado). Recife. UFPE. 2015.
CHALHOUB, Sidney. A força da escravidão. Ilegalidade e costume no Brasil oitocentista. Companhia das Letras. São Paulo. 2012.
CHARLE, Christophe. A prosopografia ou biografia coletiva: balanço e perspectivas. In: HEINZ, Flávio. Por outra história das elites. Rio de Janeiro: FGV, 2006
DOLHNIKOFF, Mirian. O pacto imperial: origens do federalismo no Brasil do século XIX. São Paulo: Globo. 2005. Diário de Pernambuco, Recife, 26 ago. 1848, ed. 195, p. 2. Disponível em <http://memoria.bn.br/hdb/uf.aspx>. Acessado em julho de 2017.
FALCON, Francisco. "História e Poder". In: CARDOSO, Ciro; VAINFAS, Ronaldo (Orgs.). Domínios da História: ensaios de teoria e metodologia. Rio de Janeiro: Campus, 1997.
FERRAZ, Socorro. Liberais & Liberais . Guerras Civis em Pernambuco no século XIX. Editora Universitária da UFPE. 1996.
FERREIRA. Augusto César Feitosa Pinto. Justiça criminal e Tribunal do Júri no Brasil Imperial: Recife, 1832-1842. Dissertação de Mestrado. UFPE. Recife. 2010.
FERNANDES. Cyra Luciana Ribeiro de Oliveira. Os Africanos Livres em Pernambuco, 1831-1864. Dissertação – mestrado. Universidade Federal de Pernambuco. 2010.
FREYRE, Gilberto. Sobrados e Mucambos. Rio de Janeiro: Editora Record, 1990.
GRAHAM, Richard. Clientismo e política no Brasil do século XIX. Rio de Janeiro. UFRJ, 1997.
HEINZ, Flávio M. (org). Por outra história das elites. FVG editora. Rio de Janeiro. 2006.
HESPANHA, Antônio Manuel. Governo, elites e competência social: sugestões para um entendimento renovado da história das elites. In BICALHO, Maria Fernanda. FERLINI, Vera Lúcia Amaral (orgs.) Modos de Governar. Ideias e Práticas Políticas no Império Português – séculos XVI a XIX. São Paulo. Almeida, 2005. Liberal Pernambucano, Recife, 25 abr. 1854, ed. 461, p. 3. Disponível em: http://memoria.bn.br/hdb/uf.aspx>. Acesso em julho de 2017.
HOLLOWAY, Thomas. Polícia no Rio de Janeiro: repressão e resistência numa cidade do século XIX. Rio de Janeiro: Fundação Getúlio Vargas, 1997.
MAMIGONIAN. Beatriz G. Africanos Livres: a abolição do tráfico de escravos no Brasil. São Paulo. Companhia das Letras. 2017.
MARSON, Izabel. Movimento Praieiro: Imprensa Ideologia e Poder Político. São Paulo. Ed. Moderna.1980.
MARSON, Izabel. O império do progresso. A revolução praieira. São Paulo: Brasiliense, 1987.
MATTOS, Ilmar Rohloff de. O tempo Saquarema. São Paulo: Hucitec, 2004.
MELO, Jerônimo Martiniano Figueira de. Autos do inquérito da Revolução Praieira. Brasília: Senado Federal: Univ. de Brasília, 1979.
NASCIMENTO, Alexsandro Ribeiro de. “Sob o Império da Lei: a atuação dos juízes municipais na comarca do Recife (1841-1850)”. Dissertação (Mestrado em História) – Universidade Federal Rural de Pernambuco, Recife. 2014.
NETTO CAMPELLO, Manoel. História Parlamentar de Pernambuco. Recife, Assembleia Legislativa de Pernambuco. Recife. 1979.
O Diário Novo, Recife, 1843, ed. 122,. p. 1. Disponível em: http://memoria.bn.br/hdb/uf.aspx. Acesso em: 14 jan. 2014
O Diário Novo, Recife, 8 ago. 1848, ed. 171, p. 2. Disponível em: http://memoria.bn.br/hdb/uf.aspx Acesso em: 14 jan. 2014.
PARRON. Tâmis Peixoto. A política na escravidão no império do Brasil, 1826-1865. Dissertação – Mestrado. Universidade de São Paulo. USP. 2009.
QUINTAS, Amaro. O Sentido Social da Revolução Praieira. Recife. Ed. Massangana. 1982.
RÉMOND, René. "Do político". In: RÉMOND, René (org.). Por uma história política. Rio de Janeiro: Editora FGV, 2003, p. 441-450.
ROSAS, Suzana Cavani. Os emperrados e os ligueiros (A história da Conciliação em Pernambuco, 1849 – 1857). Tese (Doutorado em História) – Universidade Federal de Pernambuco, Recife. 1999.
ROSAS, Suzana Cavani. Quando brigam as comadres sabem-se as verdades, elite provincial e as origens do partido parlamentar de 1853. Clio Revista de Pesquisa Histórica. 2012.
SILVA. Maciel Henrique Carneiro da. "Uma africana livre’ e a ‘corrupção dos costumes’: Pernambuco (1830-1844)”, Estudos afro-Asiáticos. Rio de Janeiro, v.29 n.’-2-3, pp. 123-60, 2007.
SILVA, Vanessa Magalhães da. No embalo das redes: Cultura, intelectualidade, política e sociabilidades na Bahia (1841-1950). Dissertação. UFBA. Salvador. 2010.
SILVA, Wellington Barbosa da. Entre a Liturgia e o Salário: a formação dos aparatos policiais no Recife do século XIX (1830-1850). Tese (História) UFPE. Recife; 2003.
SIMÕES, Teotônio. Os bacharéis na política e a política dos bacharéis. Tese (Doutorado). São Paulo: Universidade de São Paulo, Departamento de Ciências Sociais, 1983.
VALLE. José Ferraz Ribeiro do. Uma Corte de Justiça no Império. O Tribunal da Relação de Pernambuco. – 2. ed. – Recife: Tribunal de Justiça de Pernambuco, 2005.
VARGAS. Jonas Moreira. “MAGISTRADOS IMPERIAIS”: atuação política e perfil de formação e carreira dos juízes de direito no Rio Grande do Sul (1833-1889). CLIO. Revista de Pesquisa Histórica. n. 34.1.
VARGAS. Jonas Moreira. Entre a paróquia e a Corte: a elite política do Rio Grande do Sul (1850-1869), Santa Maria: UFSM, 2010.
Downloads
Publicado
Edição
Seção
Licença
Concedo a Revista História Unicap o direito de primeira publicação da versão revisada do meu artigo, licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution (que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta revista).
Afirmo ainda que meu artigo não está sendo submetido a outra publicação e não foi publicado na íntegra em outro periódico e assumo total responsabilidade por sua originalidade, podendo incidir sobre mim eventuais encargos decorrentes de reivindicação, por parte de terceiros, em relação à autoria do mesmo.
Também aceito submeter o trabalho às normas de publicação da Revista História Unicap acima explicitadas.