O Deus libertador em Isaías 41,8-16

contribuições à luz da hermenêutica de Walter Benjamin sobre profetismo e justiça social

Résumé

Este artigo aborda o nascimento da experiência de um Deus libertador durante o exílio babilônico. Para tanto, metodologia adotada é a análise exegética e a hermenêutica de Walter Benjamin. Num primeiro momento, analisa-se o texto e o Sitz-im-Leben, contexto vital, da perícope Is 41,8-16, que compreende a retomada do chamado feito a Israel através da importância da memória e realça a crise teológica vivenciada pelos exilados na Babilônia. Em seguida, apresenta-se o comentário exegético-teológico, que abarca a visão de que Deus não desampara os exilados, pelo contrário, está presente no coração deles, suscitando o profetismo, a justiça social e o direito, amparados pela esperança de que Deus continua com eles mesmo fora do Templo. Num terceiro passo, abordam-se a pragmática e a hermenêutica, que demonstra, por um lado, a atitude libertadora do profetismo mediante os seus ouvintes para encorajá-los na perseverança do chamado dado por Deus; por outro, as contribuições da hermenêutica de Walter Benjamin em diálogo com a perícope, tais como a recuperação do sentido do profetismo bíblico no cenário atual, a promoção da justiça social em vista da superação das guerras e a preservação do meio ambiente. Assim, a mensagem do profeta de outrora permanece válida para o profetismo cristão.