Hoje tem rito em latim no retiro da RCC
mapeamentos iniciais para o uso da noção de tradismáticos
DOI:
https://doi.org/10.25247/2595-3788.2024.v7n1.p228-249Schlagwörter:
Conservadorismo católico, Tradicionalismo católico, Renovação Carismática Católica, Extrema-direita, TradismáticosAbstract
Consequência de modelos sociopolíticos e econômicos que engendram crises internas de forma autônoma e estrutural, os regimes democráticos transnacionais têm sido postos à prova nas últimas décadas por uma série de movimentos emergentes da extrema-direita. A religião, particularmente a cristã, participa intensamente desses novos fenômenos e vem tomando um espaço central nos estudos de política e sociedade a respeito de um crescente conservadorismo. Com o objetivo de contribuir para a produção de conteúdo que se detém sobre essas relações, a presente pesquisa pretende tematizar a categoria de tradismáticos, proposta pelo cientista político francês Gaël Brustier, para pensar o processo de consolidação de alianças e fusões entre a Renovação Carismática Católica e os grupos Tradicionalistas. Através de um detalhamento do conceito (a), de uma análise a partir do uso weberiano da categoria de afinidade eletiva (b) e da contraposição entre os exemplos franceses de Brustier com situações extraídas da realidade nacional (c), almeja-se contribuir para a produção de uma semântica do conservadorismo católico, que consiga atender a real complexidade deste fenômeno, sem deixar de lado os movimentos que ocorrem nas margens fronteiriças do campo católico.
Downloads
Literaturhinweise
ALMEIDA, R. A onda quebrada - evangélicos e conservadorismo. Cadernos Pagu, n. 50, 2017.
ALMEIDA, R. Bolsonaro presidente: conservadorismo, evangelismo e a crise brasileira. Novos estudos CEBRAP, v. 38, n. 1, 2019, pp. 185-213.
BRUSTIER, G. Le mai 68 conservateur. Que restera-t-il de la Manif pour tous? Paris: Éditions du Cerf, 2014.
BRUSTIER, G. Les tradismatiques à l’assaut du pouvoir. Observatoire des radicalités politiques, Fondation Jean Jaurès, jan. 2017. Disponível em: <https://www.jean-jaures.org/publication/les-tradismatiques-a-lassaut-du-pouvoir/>.
CAMURÇA, M.; BRUM, A.; SILVEIRA, E. Todos os caminhos levam a Roma e a Casa Branca: os fluxos da direita religiosa católica para o Brasil a partir dos EUA de Trump e do entorno tradicionalista do Vaticano. Ciências Sociais e Religião, v. 23, 2021.
FUKUSHIM, K.; FERRAZ, A. A ascensão da extrema direita e as consequências para as democracias. Argumentum, v. 13, n. 2, 2021, pp. 4-7.
GAHYVA, H. Notas sobre o conservadorismo: elementos para a definição de um conceito. Política & Sociedade, v. 16, n. 35, 2017, pp. 299-320.
GUÉNON, R. A crise do mundo moderno. Lisboa: Editorial Vega, 1977.
KURZ, R. Os últimos combates. Petrópolis: Editora Vozes, 1997.
LIMONGI, F. Prefácio. In: DAHL, R. Poliarquia. São Paulo: EDUSP, 2005.
LÖWY, M. Conservadorismo e extrema-direita na Europa e no Brasil. Serviço Social & Sociedade, n. 124, 2015, pp. 652-664.
LÖWY, M. Sobre o conceito de "afinidade eletiva" em Max Weber. Tradução de Lucas Amaral de Oliveira e Mariana Toledo Ferreira. Plural, v. 17, n. 2, 2011, pp. 129-142.
MARIANO, R. Expansão e ativismo político de grupos evangélicos conservadores Secularização e pluralismo em debate. Civitas: Revista de Ciências Sociais, vol. 16, 2016, pp. 710-728.
MARIZ, C. A Renovação Carismática Católica Uma igreja dentro da Igreja? Civitas - Revista de Ciências Sociais, v. 3, n. 1, 2003, pp. 169-186.
MONTENEGRO, J. O tradicionalismo Católico no Brasil. Revista do Instituto do Ceará, v. 106, 1992, pp. 41-58.
OFFE, C. Problemas estruturais do Estado capitalista. Rio de Janeiro: Tempo Brasileiro, 1984.
ORO, A. P.; ALVES, D. Renovação Carismática Católica e Pentecostalismo Evangélico: convergências e divergências. Debates do NER, vol. 30, Porto Alegre, UFRGS, 2016, pp. 219-245.
ORO, A. P.; ALVES, D. As bases da nova direita. Novos Estudos, n. 19, CEBRAP, São Paulo, 1987, pp. 26-45.
PASSOS, J. D. A força do passado na fraqueza do presente: o tradicionalismo e suas expressões. São Paulo: Paulinas, 2020.
PORTELLA, R. Saudades da civilização católica: integrismo, tradicionalismo e exclusivismo no catolicismo contemporâneo. Revista Brasileira de História das Religiões, v. 5, n. 15, 2013, pp. 1-12.
PRANDI, R. Introdução: As religiões no Brasil Contemporâneo (1998a). In: PRANDI, R. Um sopro do Espírito: a renovação conservadora do catolicismo carismático. São Paulo: EDUSP, 1998.
PRANDI, R. A Renovação Carismática e o Pentecostalismo: proximidade e diferença (1998b). In: PRANDI, R. Um sopro do Espírito: a renovação conservadora do catolicismo carismático. São Paulo: EDUSP, 1998.
PRANDI, R.; GÓES, R.; JUSTO, J. A Doutrina Carismática. In: PRANDI, R. Um sopro do Espírito: a renovação conservadora do catolicismo carismático. São Paulo: EDUSP, 1998.
PRANDI, R.; CAMPOS, A.; PRETTI, R., A Renovação Carismática Católica. In: PRANDI, R. Um sopro do Espírito: a renovação conservadora do catolicismo carismático. São Paulo: EDUSP, 1998.
PRANDI, R.; SANTOS, R. Quem tem medo da bancada evangélica? Posições sobre moralidade e política no eleitorado brasileiro, no Congresso Nacional e na Frente Parlamentar Evangélica. Tempo Social, v. 29, n. 2, 2017, pp. 187–214.
PRANDI, R. Religião paga, conversão e serviço. Novos Estudos CEBRAP, n. 45, 1996.
PRZEWORSKI, A. Crise da democracia. Rio de Janeiro: Zahar, 2020.
QUIJANO, A. A colonialidade do saber: eurocentrismo e ciências sociais, perspectivas latino-americanas. Buenos Aires: CLACSO, 2005.
QUIJANO, A. Colonialidade, poder, globalização e democracia. Novos Rumos, n. 37, 2002, pp. 4-28.
RATZINGER, J. A fé em crise? O Cardeal Ratzinger se interroga. São Paulo: Ed. E.P.U., 1985.
SILVEIRA, E. O evangelho dos produtos canção nova: salvação, consumo e mídia eletrônica. Estudos Teológicos, v. 56, n. 2, 2016.
SILVEIRA, E. Tradicionalismo católico no ciberespaço: juventude, política e espiritualidade. Ciências da Religião: história e sociedade, v. 12, n. 2, 2014, pp. 20-42.
SOARES, J. A construção do pensamento político conservador católico no século XIX. Espaços - Revista de Teologia e Cultura, v. 30, n. 2, 2023, pp. 4-16.
SOFIATI, F. Elementos socio-históricos da Renovação Carismática Católica. Estudos de Religião, v. 23, n. 37, 2009, pp. 216-241.
STREECK, W. Como vai acabar o capitalismo? O epílogo de um sistema em desmantelo crônico. Piauí, n. 97, 2014, pp. 1-17.
TEITELBAUM, B. Guerra pela eternidade: o retorno do tradicionalismo e a ascensão da direita populista. Campinas: Editora Unicamp, 2020.
VALLE, E. A Renovação Carismática Católica. Algumas observações. Estudos
Avançados, v. 52, n. 18, 2004.
WEBER, M. A ética protestante e o "espírito" do capitalismo. São Paulo: Companhia das Letras, 2004.
ZANOTTO, G.; CALDEIRA, R. Facetas do tradicionalismo católico no Brasil. Revista Brasileira de História das Religiões. v. 6, n. 16, 2013, pp. 3-6.
ZIZEK, S. Por que Corbyn perdeu? Um post mortem das eleições inglesas. Tradução de Artur Renzo. Blog da Boitempo, dez. 2019. Disponível em: <https://blogdaboitempo.com.br/2019/12/17/zizek-por-que-corbyn-perdeu-um-post-mortem-sobre-as-eleicoes-inglesas/>.
Downloads
Veröffentlicht
Ausgabe
Rubrik
Lizenz
Copyright (c) 2024 Isabella Tritone Medeiros, João Décio Passos
Dieses Werk steht unter der Lizenz Creative Commons Namensnennung 4.0 International.
Autores que publicam nesta revista concordam com os seguintes termos:
- Autores mantém os direitos autorais e concedem à Fronteiras - Revista de Teologia da Unicap o direito de primeira publicação, com o trabalho simultaneamente licenciado sob a Licença Creative Commons Attribution que permite o compartilhamento do trabalho com reconhecimento da autoria e publicação inicial nesta Revista.
- Autores têm autorização para assumir contratos adicionais separadamente, para distribuição não-exclusiva da versão do trabalho publicada nesta revista (ex.: publicar em repositório institucional ou como capítulo de livro), desde que reconheça e indique a autoria e a publicação inicial nesta Revista.
- Autores têm permissão e são estimulados a publicar e distribuir seu trabalho online (ex.: em repositórios institucionais ou na sua página pessoal) a qualquer momento depois da conclusão de todo processo editorial, já que isso pode gerar alterações produtivas, bem como aumentar o impacto e a citação do trabalho publicado (Veja O Efeito do Acesso Livre).