JORNAL A DEFESA E A IGREJA CATÓLICA EM CARUARU: A CONSTRUÇÃO DO ANTICOMUNISMO NA DÉCADA DE 50 NO AGRESTE PERNAMBUCANO

Resumo

O nordeste brasileiro, nos anos 50, era entendido como lugar da fome e da pobreza, se tornando, por esta razão, espaço de vários embates no campo da política entre grupos de esquerda que, tratavam as questões do campo como prioridade para o mais pobres, e, ao mesmo tempo, da direita conservadora católica aliada ao capitalismo internacional que, estavam engajadas no desenvolvimento urbano-industrial. Consequentemente, essas mesmas disputas eram também vivências em espaço local, como na cidade de Caruaru, interior pernambucano, uma vez que, setores ligados à esquerda buscavam engajamento na formação de pessoas contra as desigualdades sociais, e do outro lado, haviam grupos atrelados à Igreja Católica que se empenharam em promover um imaginário coletivo de negação ao comunismo. Neste hiato de lutas pelos espaços e poder, ganhou destaque o jornal católico chamado A Defesa que, possuía sua edição e veiculação dirigida pela diocese local, e, por ter alcance significativo na região, grupos conservadores, católicos, o utilizaram na promoção do anticomunismo. Desta maneira, o presente artigo, tem como objetivo central, debater os discursos, de forma teórico-metodológica foucaultiana, veiculados a partir do jornal A Defesa, acerca de sua política de construção do imaginário coletivo anticomunista, no final dos anos 50 em Caruaru e região.