Os ecos da repetição

um diálogo entre Kierkegaard e Freud

Autores/as

DOI:

https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2022.v22n2.p109-127

Palabras clave:

filosofia, psicanálise, psicologia, repetição, recordação

Resumen

Considerando a relação ainda pouco conhecida entre Søren Kierkegaard (1813-1855) e Sigmund Freud (1856-1859), o objetivo deste artigo é pensar o horizonte do conceito de repetição enquanto problema filosófico e psicanalítico. A hipótese a ser argumentada aqui é que o pensador dinamarquês e o pai da psicanálise, embora não tenham de fato travado uma interação, lançam mão de ferramentas conceituais importantes para a psicanálise. Mostraremos como as reflexões de Kierkegaard e Freud, ora se aproximam, ora se distanciam. O artigo contribui, nesse sentido, tanto para se pensar em uma possível aproximação conceitual entre Kierkegaard e Freud, quanto para abordar um pano de fundo que trata da relação entre filosofia e psicanálise, na medida em que perpassa as discussões de ambos sobre o lugar da repetição. O pressuposto desta aproximação é a conjectura sustentada aqui que Kierkegaard antecipa no século XIX uma temática que seria retomada pela teoria psicanalítica no século seguinte. Pensaremos a perspectiva kierkegaardiana com a sua obra: A repetição, ao passo que em Freud frequentaremos as obras: Repetir, recordar e elaborar (1914) e Além do princípio do prazer (1920).

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Biografía del autor/a

  • Jean dos Santos Vargas, Universidade Federal de Minas Gerais

    Doutor em filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2021). Possui mestrado em Filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2015) e bacharelado em filosofia pela Universidade Federal de Minas Gerais (2011). Possui também licenciatura em filosofia pela faculdade Claretiano (2019). É Psicanalista, membro do fórum lacaniano de Belo Horizonte. É editor da revista de pós-graduação em filosofia Outramargem, vinculada ao departamento de filosofia da UFMG. Atualmente escreve contos literários. Interessa-se pelos seguintes autores: Byung-Chul Han, Freud, Lacan e Kierkegaard. Pesquisa atualmente sobre temáticas relacionadas à pós-modernidade. É autor do livro: Indivíduo singular e Multidão: aquém e além da ética na filosofia de Soren Kierkegaard. Suas principais áreas de pesquisa são: filosofia do direito, filosofia da religião, filosofia da educação, filosofia da tecnologia e Psicanálise. Possui quinze anos de experiência como operador da segurança pública em Minas Gerais. Atualmente é professor da pós-graduação lato sensu da faculdade de Sabará.

  • Talita Leal Santos, Universidade Federal de Ouro Preto

    Graduada em História pela Universidade Federal de Minas Gerais (UFMG). Mestre pelo Programa de Pós- Graduação em História da Universidade Federal de Ouro Preto, com o projeto "O tornar-se si mesmo como um exercício histórico e existencial em Kierkegaard: tempo, repetição e amor". Tem experiência na área de Filosofia da Existência e Filosofia da História, atuando principalmente nos seguintes temas: temporalidade, existência, filosofia dinamarquesa no século XIX e romantismo alemão.

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Publicado

2022-09-30

Cómo citar

VARGAS, Jean dos Santos; SANTOS, Talita Leal. Os ecos da repetição: um diálogo entre Kierkegaard e Freud. Revista Ágora Filosófica, Recife, PE, Brasil, v. 22, n. 2, p. 109–127, 2022. DOI: 10.25247/P1982-999X.2022.v22n2.p109-127. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/1977.. Acesso em: 30 jun. 2024.

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