Política e pluralidade humana em Hannah Arendt: uma introdução ao tema do poder

Autores

DOI:

https://doi.org/10.25247/P1982-999X.2023.v23n2.p144-160

Palavras-chave:

Ação, Espaço público, Liberdade, Mundo

Resumo

A política, para Arendt, está ligada à ação e às relações entre os seres humanos, considerando a fala e o discurso como algo intrínseco da ação política. Nesse sentido, sem o agir político, o sujeito tende a perder a sua individualidade e seu lugar no mundo, bem como se distancia da pluralidade humana e do espaço público. Relacionando a dinâmica ‘indivíduo - ação – espaço público – subjetividade’, Arendt destaca um aspecto extremamente importante: o da pluralidade humana como relativa às noções de igualdade e distinção. Nesta perspectiva conceitual, a compreensão arendtiana do poder põe sempre em questão a pluralidade humana e a ação em conjunto, de modo que surgem discursos que não são empregados para velar intenções, mas para desvelar realidades, onde as palavras trazem consigo um movimento de ação reverberadas de sentido.  É nesta injunção que surge o poder, o qual, para Arendt, existe quando os homens agem em conjunto. Objetivamos, portanto, neste texto, expor os argumentos arendtianos que sustentam o seu conceito de poder político relativamente à ação e à pluralidade humana e como isso nos vincula também ao mundo.

Downloads

Os dados de download ainda não estão disponíveis.

Biografia do Autor

  • Lucas Barreto Dias, IFCE

    Professor do Instituto Federal do Ceará - IFCE, campus Fortaleza. Docente do quadro permanente do Programa de Pós-graduação em Filosofia da Universidade Estadual do Ceará -UECE. Doutor em Filosofia (Ética e Filosofia Política) pela UFMG, com tese sobre "Os métodos de Hannah Arendt". Mestre em Filosofia (Ética e Filosofia Política) pela UFC, com dissertação sobre "O conceito de aparência no pensamento de Hannah Arendt". Possui graduação em Licenciatura plena em Filosofia pela Universidade Estadual do Ceará (UECE) com monografia sobre Ontologia, política e moral em Simone de Beauvoir. Membro do GT de Filosofia Política Contemporânea da ANPOF. Membro do grupo de pesquisa CENTELHA, do IFCE. Membro e pesquisador do GEPEDE - UVA. Membro e pesquisador do grupo de pesquisa Ética e Filosofia política - UFC. Áreas e temas de interesse na Filosofia: Filosofia Política, Ética, Existencialismo, Hermenêutica e Fenomenologia. Desenvolvendo pesquisa sobre a relação entre método e pensamento político a partir de Hannah Arendt, bem como sobre a relação entre política e formas de dominação. Realizando projeto sobre a relação entre Filosofia, Matemática e o Método científico. À frente do podcast de filosofia Ágora café. (Texto informado pelo autor)

  • Débora dos Santos Góis Gondim, Universidade Estadual do Ceará

    Mestranda em Filosofia Social e Política pela UECE - Universidade Estadual do Ceará; Áreas e temas de interesse na Filosofia: Filosofia Política, Ética, Existencialismo, Hermenêutica e Fenomenologia. Desenvolvendo pesquisa sobre a relação entre método e pensamento político a partir de Hannah Arendt, bem como sobre a relação entre política e formas de dominação; Possui Especialização em Psicopedagogia Clínica, Hospitalar e Institucional pela UNICHRISTUS (2009); Graduação em Pedagogia pela Faculdade Latinoamericana de Educação (2009); Professora efetiva da Rede Municipal de Educação de Fortaleza desde o ano de 2010. - Secretaria Municipal de Educação; Coordenadora Pedagógica da Rede Municipal de Ensino de 2014 à 2022. Coordenadora de Programas e Projetos de Consolidação da Aprendizagem da Rede Municipal de Ensino

Referências

ARENDT, Hannah. Sobre a revolução. Tradução de Denise Bottman. São Paulo: Companhia das Letras, 2011.

ARENDT, Hannah. Origens do totalitarismo. Tradução de Roberto Raposo. - 1. ed. São Paulo: Companhia das Letras, 2012.

ARENDT, Hannah. Entre o passado e futuro. Tradução de Mauro W. Barbosa. São Paulo Perspectiva, 2016.

ARENDT, Hannah. A condição humana. Tradução de Roberto Raposo; revisão técnica e apresentação Adriano Correia. - 13. ed. rev. - [Reimp.] - Rio de Janeiro: Forense Universitária. 2020.

ARENDT, Hannah. Sobre a violência. Tradução de André Duarte. - [15. ed]. - Rio de Janeiro: Civilização Brasileira, 2022.

AGUIAR, Odílio Alves. “A dimensão constituinte do poder em Hannah Arendt”. Trans/form/ação: revista de filosofia / Faculdade de Filosofia, Ciências e Letras de Assis. Marília, v.34, n.1, p.115-130, 2011. Disponível em: https://www.scielo.br/j/trans/a/LswRct9X9J8hmjxHrnYFD5N/?lang=pt&format=pdf.

CORREIA, Adriano. “Quem é o animal laborans de Hannah Arendt?” Revista de Filosofia Aurora. Curitiba, v. 25, n. 37, p. 199-222, jul./dez. 2013.

CORREIA, Adriano. Hannah Arendt e a modernidade: política, economia e a disputa por uma fronteira / Adriano Correia. 1. ed. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2014.

DIAS, Lucas Barreto. “Totalitarismo e mundo de semblâncias a partir de Hannah Arendt”. Cadernos Arendt, v. 02, N. 03, 2021a.

DIAS, Lucas Barreto. “O aparecer da liberdade no pensamento de Hannah Arendt”. Perspectivas, 6(2), 228–244, 2021b. https://doi.org/10.20873/rpv6n2-13

RIBEIRO, Nadia Junqueira. A distinção entre o social e o político em Hannah Arendt à luz da questão judaica. Tese (Doutorado em Filosofia) – Unicamp. Campinas, 2022.

SILVA, Ricardo George de Araújo. A questão judaica: o pária como paradigma do agir e do pensar em Hannah Arendt. Taboão da Serra: Vicenza Edições Acadêmicas, 2020.

Downloads

Publicado

2023-05-12

Como Citar

BARRETO DIAS, Lucas; DOS SANTOS GÓIS GONDIM, Débora. Política e pluralidade humana em Hannah Arendt: uma introdução ao tema do poder . Revista Ágora Filosófica, Recife, PE, Brasil, v. 23, n. 2, p. 144–160, 2023. DOI: 10.25247/P1982-999X.2023.v23n2.p144-160. Disponível em: https://www1.unicap.br/ojs/index.php/agora/article/view/2347.. Acesso em: 16 maio. 2024.

Artigos Semelhantes

1-10 de 146

Você também pode iniciar uma pesquisa avançada por similaridade para este artigo.