No mesmo dia que Dom Helder e Dom Luciano, partiu Dom José Maria Pires

Faleceu, neste domingo, 27 de agosto, o arcebispo Emérito da Diocese da Paraíba, Dom José Maria Pires, vítima de complicações de uma pneumonia, conforme informou em Nota a Assessoria de Comunicação da Arquidiocese.

Também como Dom José Maria Pires, dois grande nomes, líderes da religiosidade e da fé, no País, Dom Helder e Dom Luciano, partiram para a casa do Pai em 27 de agosto.

Veja a nota da Arquidiocese sobre o falecimento de Dom José Maria Pires.

 

Nota Oficial

Morre Dom José Maria Pires

É com grande pesar que a Arquidiocese da Paraíba comunica que faleceu na noite deste domingo, dia 27 de agosto de 2017, o Arcebispo Emérito da Paraíba, Dom José Maria Pires. Dom José estava internado num hospital em Belo Horizonte, e morreu vítima de complicações de uma pneumonia.

“A igreja perde, neste domingo em que comemoramos o Dia do Catequista, um grande pastor. Dom José foi um dos catequistas mais ativos e humildes à frente do seu rebanho, e que soube impor a sua voz, sempre que necessário, em defesa dos menos favorecidos. O ‘Dom Pelé’, como ficou carinhosamente conhecido, faz a sua passagem deixando em nós o exemplo de como ser Igreja, de como estar à frente do Povo de Deus. Descanse em paz, Dom José! Temos a certeza de que, crentes na ressurreição, ao lado do Pai, o senhor agora vai abençoar do Céu todos os que fazem a Arquidiocese da Paraíba”, fala comovido o Arcebispo Metropolitano da Paraíba, Dom Manoel Delson.

Sobre Dom José

Dom José Maria Pires nasceu no dia 15 de março de 1919, na cidade de Córregos (MG), filho de Eleutério Augusto Pires e Pedrelina Maria de Jesus. Foi ordenado presbítero no dia 20 de dezembro de 1941, em Diamantina (MG). No dia 25 de maio de 1957 recebeu a nomeação episcopal, e a sagração ocorreu no dia 22 de setembro de 1957, em Diamantina.
Foi formado em Teologia e Filosofia pelo Seminário de Diamantina (MG), cursos que realizou entre 1936 e 1941. Antes de ser Bispo, Dom José foi pároco de Açucena-MG (1943-1946); diretor do Colégio Ibituruna em Governador Valadares-MG (1946-1953); missionário diocesano (1953-1955); e pároco de Curvelo-MG (1956-1957). Atuou como Bispo em Araçuaí-MG (1957-1965), de onde veio para ser Arcebispo da Paraíba (1966-1995). Foi também membro da Comissão Central da CNBB e Presidente da Comissão Episcopal Regional-NE2.

Na biografia de Dom José destaca-se a sua atuação na época da Ditadura Militar, quando desenvolveu um trabalho pautado na conjunção da atividade religiosa com a defesa dos direitos humanos, com vistas à mudança social. Prestou apoio nos conflitos pela terra na Paraíba, defendendo camponeses de perseguições. E lutou contra a discriminação e o racismo, incentivando a organização e a luta dos afro-brasileiros.

Dom José tinha como lema episcopal: “Scientiam Salutis” (A ciência da Salvação). Foi o quarto Arcebispo da Paraíba. O seu antecessor foi Dom Mário de Miranda Vilas-Boas, que assumiu o cargo em 1959 e renunciou em 21/05/1965. O Mons. Pedro Anísio Bezerra Dantas foi Vigário Capitular da Arquidiocese da Paraíba de 21/05/1965 a 27/03/1966 (período compreendido entre a renúncia de Dom Mário e a posse de Dom José). Dom José Maria Pires ficou à frente da Arquidiocese de 1966 até 29/11/1995. Foi sucedido por Dom Marcelo Pinto Carvalheira.

Detalhes do velório e do sepultamento ainda estão sendo acertados.

Assessoria de Imprensa e Comunicação da Arquidiocese da Paraíba.

Dom Hélder e dom Luciano também faleceram dia 27 de agosto

No dia 27 de agosto de 1999, após uma parada cardiorrespiratória, falecia em Recife (PE), dom Helder Câmara. No dia seguinte, o Jornal “Folha de São Paulo” noticiava: “Segundo Antonio da Matta, um dos voluntários que trabalhava com d. Hélder, o religioso morreu dormindo, às 22h20. A causa da morte teria sido uma parada cardiorrespiratória. Até as 0h25 de hoje, as informações ainda não eram oficiais. A secretária particular de d. Hélder, Maria José Duperron Cavalcanti, a Zezita, foi quem primeiro teria alertado sobre a morte do religioso. Ela percebeu que o arcebispo não estava bem quando foi dormir e, cerca de três horas depois, foi ao quarto verificar seu estado de saúde, segundo Da Matta. Ao notar que o religioso não respondia aos seus chamados, afirmou o voluntário, ela entrou em contato com um médico. A morte foi então confirmada. D. Hélder, segundo Da Matta, passou o dia “tranquilo”, mas, pouco antes de dormir, por volta das 20h, aparentava estar “cansado, com falta de ar”. Ainda segundo o voluntário, dias antes de morrer, o arcebispo disse que sua maior preocupação era que um dia sua alma ‘fosse embora e que seu corpo resistisse‘”.

Era também domingo, dia 27 de agosto de 2006, quando falecia, em São Paulo (SP), dom Luciano Mendes de Almeida. A “Folha” deu a notícia no mesmo dia: “Morreu neste domingo dom Luciano Pedro Mendes de Almeida, 75, arcebispo de Mariana (MG), em decorrência de falência múltipla de órgãos. Dom Luciano estava internado no Hospital das Clínicas, da Faculdade de Medicina da USP, desde o dia 17 de julho, para tratar de um câncer no fígado. Ele foi transferido para a UTI (Unidade de Terapia Intensiva), onde permaneceu em estado grave, sedado e respirando com a ajuda de aparelhos. No Hospital das Clínicas, Dom Luciano tratava de um tumor provocado por uma recidiva do câncer desenvolvido há dois anos. Em 2004, submeteu-se a uma cirurgia no fígado para retirada do tecido doente. Ele havia contraído hepatite C há cerca de cinco anos, devido a uma transfusão. Em alguns casos, o câncer de fígado aparece como uma das complicações da hepatite C. Presidiu a CNBB (Conferência Nacional dos Bispos do Brasil) de 1987 a 1994, tendo sido também secretário-geral de 1979 a 1987. Foi vice-presidente do Celam (Conselho Episcopal Latino-Americano) de 1995 a 1998“. (CNBB).

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