Culinária e o sagrado em seminário sobre comida de matriz africana

Seminário Comida Patrimonial de Matriz Africana – o Caso do Xangô Pernambucano foi realizado no Museu da Cidade do Recife | Foto: Eduardo Gazal

A gastronomia como ligação com o sagrado. A culinária misturada à religião e à história. Esses foram os principais fundamentos do Seminário Comida Patrimonial de Matriz Africana – o Caso do Xangô Pernambucano, realizado, este mês, no Museu da Cidade do Recife, e acompanhado pela Web Gourmet.

 É crescente o interesse nos diferentes setores da sociedade pelos sistemas alimentares, tanto nos seus contextos gastronômicos quanto nos culturais” Raul Lody, pesquisador e antropólogo da alimentação

Foi uma oportunidade de conhecer a comida patrimonial de matriz africana e suas relações com nossa cultura, religião e culinária. O evento, inclusive, atraiu uma plateia, bastante eclética e atenta. Foram quatro mesas temáticas, que trataram dos tópicos:

– Comida, identidade e direitos culturais nas tradições de matriz africana
– Acervos Culinários: Um olhar da gastronomia sobre as comidas de terreiro
– Panela de Iemanjá: Festa, tradição e comida
– Axé: Os rituais de alimentação

Foto: Eduardo GazalO pesquisador e antropólogo da alimentação Raul Lody, coordenador do seminário, destacou o patrimônio alimentar que as matrizes africanas representam para Pernambuco:

“É crescente o interesse nos diferentes setores da sociedade pelos sistemas alimentares, tanto nos seus contextos gastronômicos quanto nos culturais. No caso brasileiro, as matrizes africanas formam verdadeiros patrimônios alimentares, que são encontrados no nosso cotidiano, estão nas casas, nas feiras, nos mercados; nas festas tradicionais e populares e, em especial, nos espaços das comunidades de terreiro. Destaque para o caso do Xangô, um lugar de memória, de história, de salvaguarda do patrimônio cultural e social, e que integra a identidade de Pernambuco”.

Axé: Os rituais de alimentação foi o tema de uma das mesas

Acompanhe um webvídeo realizado com Felipe Cabral, da Aurora 21, produtora do encontro. Ele conta sobre a concepção do seminário e outros eventos relacionados ao tema, convida todos para próximos encontros e analisa a importância do estudo e difusão das práticas alimentares de matriz africana.

O professor Elmo Alves Silva, da UNIFACS/BA, um dos palestrantes, falou sobre a relação entre comida, história e sociedade, as matrizes africanas e os sistemas alimentares. No webvídeo abaixo ele dá detalhes da apresentação.

Saiba Mais

Segundo informações coletas no site do Museu da Cidade do Recife, o “Xangô Pernambucano” é uma religião de matriz africana (sic), que também homenageia o orixá Xangô, Alafin de Oyó, Nigéria, África Ocidental. No Recife, o terreiro Obá Ogunté, popularmente conhecido como “Sítio de Pai Adão”, pela sua importância histórica, social e cultural, foi o primeiro terreiro a ser tombado no Brasil por um governo estadual, que o reconheceu como Patrimônio Cultural de Pernambuco pelo Decreto 10.712/1985.

Participaram das mesas temáticas

Paulo Filizola, Vera Regina Paula Baroni, Ivo de Oxum, Claudemir Barros e Brivaldo de Xangô. No período da tarde o evento prosseguiu com as falas do Babalorixá Manoel Papai, Nevinha de Sagba, Maria do Carmo de Oliveira (Cacau da Xambá) e Elza de Iemanjá.

Serviço

Mostra da Culinária de Terreiro de Pernambuco – Quinta Edição
Data: 20 e 21 de outubro de 2018
Local: Praça do Carmo – Olinda

Web gourmet

Publicado originalmente em: NE10

Em 26/09/2018, às 13h38 | Atualizado em 26/09/2018, às 19h04

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