Congresso da ANPTECRE: O que Religião, Migração e Mobilidade Humana nos inspirou

Professores/as e estudantes do Programa de Ciências da Religião da Unicap participaram em Goiânia – Goiás de mais um congresso envolvendo pesquisadores de religião de todo Brasil.

O congresso aconteceu de 13 a 15 de setembro de 2017 na PUC-GOIÁS e teve como objetivo trazer à tona e discutir o impacto das religiões nos processos de migração e mobilidade humana no Brasil e no mundo.

A Associação Nacional de Pós-graduação e Pesquisa em Teologia e Ciências da Religião – ANPTECRE tem atualmente como presidente o professor Gilbraz de Souza Aragão – Unicap. A referida Associação consolida uma caminhada firme em sua missão de apoio à pesquisa, ensino e extensão no âmbito dos estudos de religião no país. No Brasil existem 21 Programas de Pós em Ciências da Religião e Teologia.

Segundo o professor Gilbraz Aragão, um grande desafio para o campo das Ciências da Religião hoje “é empreender um importante debate sobre a epistemologia do nosso campo interdisciplinar de conhecimento e analisar criticamente o lugar das tradições espirituais no espaço público”.

Vimos que a religião faz parte das representações simbólicas que lastreiam a vida e as culturas da humanidade. A problemática das migrações e da mobilidade dialoga intimamente com as Ciências da Religião e a Teologia, pois frequentemente a religião faz parte da identidade dos sujeitos em trânsito.

Viu-se que há uma crescente importância do chamado turismo religioso e das peregrinações aos santuários religiosos do mundo. O caráter humanitário permeia a questão das migrações atuais, mas elas também são provocadas pela intolerância e perseguições atuais, mas elas também são provocadas pela intolerância e perseguição religiosa, estão misturadas com questões étnicas, interesses estratégicos, políticos e econômicos.

Alberto da Silva Moreira, PUC Goiás, Presidente da Comissão Organizadora do VI Congresso Nacional da ANPTECRE refletiu de maneira conclusiva da seguinte maneira: “Teologicamente, dever-se-ia dizer que uma comunidade de discípulos e discípulas de um Messias que foi crucificado necessita de constante discernimento dos espíritos, precisa comprovar, sempre de novo, sua santidade política, desdobrar seu potencial de solidariedade; precisa, enfim, deixar-se corrigir e endireitar através dos olhos dos pobres e dos outros condenados do mundo. Religiões são comunidades de emoção, construções complexas de significados; se estão em processo contínuo de transformação, também é possível pensar que venham um dia a ser instrumentos de paz e de entendimento no mundo”.

Os próximos Congressos da ANPTECRE serão respetivamente no Rio de Janeiro (2018) e Belém do Pará (2019). Seguiremos o caminho gastronômico da feijoada carioca e logo em seguida provaremos da culinária do paraense com o tacacá, tucupi e maniçoba. Comida e religião: tudo haver.

Saímos de Goiás com a doçura da gastronomia local que tão bem descreveu Cora Coralina em seu poema Quem é você: “sou mais doceira e cozinheira do que escritora, sendo a culinária a mais nobre de todas as Artes: objetiva, concreta, jamais abstrata a que está ligada à vida e à saúde humana”.

José Artur Taveres de Brito (Artur Peregrino).
Doutorando em Ciências da Religião pela UNICAP e Mestre em Antropologia pela UFPE; Licenciado em Filosofia pela UNICAP; Bacharelado em Filosofia pela UNICAP e Bacharelado em Teologia pelo Instituto de Teologia do Recife – ITER; Especialista (SENAC) e docente (UNICAP) em EaD; prof. do Curso de Teologia na UNICAP e integrante do Instituto Humanitas – IHU UNICAP; pesquisador do Grupo de pesquisa UNICAP/CNPq Religiões, identidades e diálogos, na linha de pesquisa Diálogos inter-religiosos; membro do Grupo de Peregrinas e Peregrinos do Nordeste – GPPN. Email: arturperegrino@gmail.com

 

 

 

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