Desde 1945 o Amalá, com o Beguiri, é ofertado a Xangô com devoção e fé em uma celebração realizada no Ilê Obá Aganjú Okoloyá – Terreiro de Mãe Amara, terreiro de matriz africana de tradição Nagô Egbá, que fica em Dois Unidos, no Recife, e tem como zeladora do Axé a Iyalorixá Amara Mendes (Obá Mejí), juntamente com a Iyákekerê Maria Helena Sampaio (Oyá Tundè), sua filha.
O Amalá é um ritual devotado a Xangô, uma celebração específica para o orixá do fogo, e a realização da ação assume um caráter festivo, no qual a divindade e os filhos de santo se confraternizam. Em 2014, a celebração do Amalá de Xangô do Terreiro de Mãe Amara foi reconhecida pelo Prêmio Patrimônio Cultural dos Povos e Comunidades Tradicionais de Matriz Africana, promovido pelo Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (IPHAN).
Tudo começou com uma promessa feita há 73 anos por Mãe Amara ao seu orixá patrono, Xangô Aganjú. A oferenda é realizada sempre no mês de junho, em data próxima às festividades de São João, devido ao forte sincretismo do santo católico com o orixá Xangô.
A celebração ritual do Amalá de Xangô consiste na oferenda à divindade de duas iguarias de sua predileção que são o Beguiri e o Amalá. Beguiri: iguaria elaborada com quiabo, castanha, amendoim, camarão e carne bovina, fartamente regado com azeite de dendê e temperado com pimenta, sal, cebola e cebolinha. Amalá: consiste numa espécie de papa feita com farinha de mandioca e água. Ambos são servidos ao orixá em alta temperatura. Afinal, Xangô é o dono do fogo.
Como parte das comemorações, o Terreiro de Mãe Amara realiza este ano um Seminário de divulgação cultural e de debate acadêmico, intitulado: “Axé e Axós – Terreiro de Mãe Amara: matrifocalidade, protagonismo e resistência negra das mulheres de axé do Xangô pernambucano”.
O evento acontecerá na quinta-feira, 28 de junho, na Universidade Católica de Pernambuco (UNICAP), em parceria com o seu Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião. O seminário é aberto ao público e contará com exposições de trabalhos de pesquisa, mesas, roda de conversa, oficina de balé nagô e apresentações culturais. Além, claro, de compartilhamento da comida de Xangô!
Serviço
73 ano do Amalá de Xangô do Terreiro de Mãe Amara
Data: 28/06/2018
Hora: 09h às 19h
Local: Universidade Católica de Pernambuco – Bloco G
Programação
8h | EXPOSIÇÃO DOS BANNERS com trabalhos acadêmicos
9h | MESA DE ABERTURA | 73 anos do Amalá de Xangô | Expositora: Lua Durand (Cientista Social)
9h40 | CÂNTICO PARA ORUNMILA | Gabriela Sampaio (Yapetebi do Terreiro de Mãe Amara)
10h | MESA PRODUÇÃO ACADÊMICA E RELIGIÕES AFRO-BRASILEIRAS | Irys Oliveira (Doutoranda em Sociologia – PPGS/UFPE) | Profa. Hellaynne Sampaio (Licenciada em Dança/UFPE – Yabá do Ilê Obá Aganju Okoloyá) | Fernanda Meira (Doutoranda em Antropologia – PPGS/UFPE) | Profa. Auxiliadora Martins (DMTE/UFPE) | Profa. Zuleica Dantas (PPGCR/UNICAP).
12h às 14h | ALMOÇO
14h às 17h | RODA DE DIÁLOGOS Matrifocalidade, protagonismo e resistência negra das mulheres de axé do Xangô pernambucano
- Matrifocalidade nos terreiros
Expositora: Ester Monteiro (Antropóloga) | Debatedora: Gabriela Sampaio (Yapetebi do Ilê Obá Aganjú Okoloyá)
- Resistência negra e protagonismo das mulheres de axé
Expositora: Vera Baroni (Advogada/ Yabassé do Ilê Obá Aganjú Okoloyá) | Debatedora: Ceça Axé (Iyalorixá e Mestra em Pedagogia)
- O culto do Xangô pernambucano
Expositora: Iyalorixá Claudia de Oxum (PPGCR/UNICAP) | Debatedora: Alzenides Simões (Leu – Historiadora)
14h às 15h30 | OFICINA DE DANÇA | Introdução ao Método Nagô Aj’o | Profa. Hellaynne Sampaio (Licenciada em Dança/UFPE – Yabá do Ilê Obá Aganju Okoloyá)
17h às 18h | XIRÊ PARA OS ORIXÁS | Maria Helena Sampaio (Yakekere do Terreiro de Mãe Amara e Mestra da Cultura Popular Pernambucana)
18h às 19h | CORTEJO DA BANDEIRA DE SÃO JOÃO | Grupo de Coco Chapéu de Palha
Realização
Ilê Obá Aganjú Okoloyá (Terreiro de Mãe Amara) / Instituto Oxê
Programa de Pós-Graduação em Ciências da Religião – UNICAP
Apoiadores
- Humanitas (UNICAP)
- Neabi (UNICAP)
- Cátedra Dom Helder Camara (UNICAP)
- Pró-reitoria de Pesquisa e Pós-graduação (UNICAP)
- Observatório Transdisciplinar das Religiões no Recife (UNICAP)
- SINTEPE
- Rede de Mulheres de Terreiro de Pernambuco
puxa infelizmente não consegui obter a resposta que preciso.
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