A Organização Internacional para as Migrações (OIM) em parceria com o Comitê Nacional para os Refugiados (CONARE) e o Ministério da Justiça e Segurança Pública lançaram um mapeamento sobre instituições e Organizações da Sociedade Civil (OSCs) que oferecem aos migrantes assistência a saúde mental e psicossocial. O formulário tem objetivo de coletar dados sobre os desafios e necessidades das OSCs que prestam esse serviço e ficará aberto até o dia 12 de novembro. Após a finalização do mapeamento, os resultados serão compartilhados com o público geral.
Nas ultimas décadas, com o aumento da crise migratória, também houve o crescimento de instituições que oferecem ajuda humanitária além do fortalecimento de políticas públicas para esse grupo social. Em 2017, o Ministério da Saúde lançou a portaria de número 3.565 que institui o Grupo do Trabalho sobre Saúde do Estrangeiro, com a finalidade de “discutir e propor estratégias e diretrizes para a organização das ações e dos serviços públicos de saúde aos imigrantes, refugiados, residentes fronteiriços e visitantes no Brasil, considerando as normativas e a legislação vigentes”, segundo consta no Art.1º. Tais intervenções se concentram geralmente na área dos cuidados básicos em alimentação, educação, abrigo, trabalho e saúde, mas e o atendimento psicológico?
Pesquisadores vêm apresentando preocupações acerca da saúde mental dos migrantes por conta do processo de migração que vem junto com adversidades desde, deixar suas famílias e seu local de nascimento até perseguições, extorsão e tráfico de pessoas. Além disso, sempre existe a incerteza de que vão encontrar moradia e um emprego digno. Para o autor Martins-Borges “Essas partidas não-planejadas, e muitas vezes não-desejadas, são frequentemente tomadas por um sofrimento psicológico diretamente ligado ao traumatismo ao qual foram submetidos no período pré-migratório e migratório (violências diversas, tortura, testemunhas e vítimas de massacres, morte de parentes, amigos, etc.)”. Devido a essas preocupações a Psicologia vem sendo cada vez mais inserida nos trabalhos das equipes de ajuda humanitária visando ajudar os migrantes a minimizar os estresses desencadeados e os possíveis agravamentos da saúde, assim possibilitando uma melhor integração.
Texto: Deborah Amanda