É de senso comum que ainda falta bastante representatividade nas produções audiovisuais, e a causa indigena é uma das mais esquecidas da sétima arte. Por isso, trazer visibilidade para essa causa se mostra cada vez mais importante. O filme ‘O Índio Cor de Rosa contra a Fera Invisível’, dirigido por Thiago Carvalho, que é um exemplo dessa representatividade e uma voz nessa luta, conquistou dois prêmios no Festival Biarritz. Um público de melhor documentário e um dos estudantes do Instituto de Altos Estudos da América Latina (IHEAL). Ele conta a trajetória das expedições de Noel Nutels, médico sanitarista e um dos primeiros a denunciar o genocídio dos povos indígenas no Brasil, que dedicou sua vida ao tratamento de saúde dessas comunidades.
O documentário que estreou no dia 10 de outubro aqui no Brasil, reúne cenas de 21 filmes dirigidos pelo próprio Nutels. Elas são de uma expedição feita pelo médico junto com a equipe do Serviço de Unidades Sanitárias Aéreas (SUSA), em ações de combate a tuberculose. As imagens inéditas tiradas do seu acervo pessoal, são uma denuncia em oposição, como dito por ele, ao massacre contra os povos indígenas do Brasil.
Em conversa com o Festival Internacional de Curitiba, Olhar de Cinema, a equipe do filme falou sobre o processo de produção, o resgate das imagens e a escolha dos áudios. Também estava presente na entrevista, Bertha Nutels, filha de Noel, que discursou sobre o amor do pai pelo Brasil e seu trabalho em vida. “O que o papai fez foi tentar fazer com que os netos vissem o que era o Brasil e em que está se transformando”. Ela concluiu sua fala convidando aos jovens para assistirem o filme para que possam tomar uma posição no futuro.
Texto: Deborah Amanda