Boletim Unicap

Unicap-Icam apresenta curso de Engenharia da Complexidade a estudantes do Ensino Médio

Por Tércio Amaral

Estudantes de Ensino Médio e seus pais tiveram a oportunidade de conhecer a estrutura e metodologia do novo curso de Engenharia da Complexidade, oferecido pela Unicap em parceria com o Institut Catholique d’Arts et Métiers (Icam), da França. O bate-papo, que aconteceu na tarde desta quinta-feira, 21, no Pavilhão Maker, contou com a participação da diretora do Centro de Ciências e Tecnologia, Andrea Câmara, e do professor do curso de Engenharia Civil Fernando Artur Nogueira. Entre os temas abordados estavam a metodologia inovadora do curso, a internacionalização e o mercado de trabalho.

O professor Fernando Artur Nogueira desmistificou o nome do curso, que traz a palavra complexidade. Segundo ele, é justamente o contrário do que se pensa, quando se associa exclusivamente, no senso comum, os cursos de engenharias a cálculos. “É bom dizer que Engenharia da Complexidade não é mais complicada. É uma maneira diferente de você observar os problemas, que nada mais é que você trazer os problemas na formação dos engenheiros à vida real”. Segundo ele, o diferencial do curso está justamente na conexão de problemas e a união da teoria à prática. “Hoje, um curso tradicional de engenharia funciona assim: para você aprender, você cursa várias disciplinas isoladas e deixa que o aluno, no final do curso, vá por ele mesmo juntar as peças no trabalho de conclusão. O curso de Engenharia da Complexidade reverte isso e torna o conhecimento mais integral”.

Já a professora e diretora do Centro de Ciências e Tecnologia (CCT), Andrea Câmara, apresentou o know-how do Icam na Europa e reforçou a parceria com a Unicap. Só na França, onde está sediado, o Icam possui 6 campi, além de outros 5 no exterior. São mais de 5 mil estudantes no mundo. “O Icam tem uma tradição de inovação com a maneira de formar e criar novos profissionais desse futuro não tão distante. O mercado está exigindo cada vez mais habilidades, outras competências para o profissional se inserir no mercado de trabalho”, disse a professora, reforçando, ainda, as oportunidades de estágios com as empresas conveniadas no Brasil, como no exterior. “Outro grande diferencial é o estágio porque o aluno, além de estar em empresas parceiras, desenvolverá projetos aliados aos problemas do curso”.

A empresária Patrícia Maranhão, que trouxe a filha e estudante Letícia Lira, de 17 anos, aprovou a iniciativa do encontro. Ela, que atua em uma empresa da área de engenharia no Recife, argumentou que a proposta do novo curso de Engenharia da Complexidade preenche as lacunas do mercado desde seus tempos de formação. “Na minha época de faculdade, muitos bancos pegavam engenheiros para fazer trainee. Então, essa proposta de formar líderes é bem atual”. Sobre o curso, ela afirmou que chegou a procurar informações prévias na internet mas que o encontro com os professores ajudou em suas principais dúvidas.

“Eu achei superinteressante essa oportunidade de estar junto aos professores e conhecer a estrutura do curso. Como é um curso inédito, eu não sabia para onde ia. Eu pesquisei na internet, mas eu entendi um pouco melhor do que se trata. Eu achava que era menos engenharia do que é de verdade”, pontuou Patrícia. “A proposta de internacionalização é muito boa, como também os convênios com as empresas. Às vezes, o estudante sai muito perdido. As pessoas começam a faculdade sem saber por onde começar e aqui você já está inserido”, completou.

O estudante Antônio Guedes, de 17 anos, do Colégio Cognitivo, aprovou o encontro e revelou que deve mudar sua opção de curso no vestibular para Engenharia da Complexidade. “Eu sempre fui muito fora do mundo de engenharia, nunca quis. Nunca sequer pensei em estudar engenharia. Ao ver esse projeto, essa nova forma deles abordarem a engenharia, me levou a pensar em cursar”. A experiência do bate-papo acabou influenciando na mudança de planos do estudante. “Eu estava inscrito no vestibular de medicina da Unicap e vou trocar para Engenharia da Complexidade. Eu espero um curso que possa me levar a fazer tudo, que possa me expandir em vários horizontes. O ambiente, a apresentação, tudo conspira para que o curso seja incrível. Achei o espaço ótimo, nunca vi nada parecido”.

Metodologia e inovação – O curso de Engenharia da Complexidade, oferecido no vestibular da Unicap deste ano, tem como eixo estrutural o alinhamento do conhecimento à prática. O curso, que funcionará em regime integral, será executado em torno de um projeto estruturante durante os 5 anos da graduação. No primeiro ano, os alunos trabalharão na análise e otimização de um sistema de drone; no segundo, desenvolverão o conceito e realização de um barco autônomo em energia programado por rádio comando; no terceiro e quarto anos, o projeto será o de uma criação de uma habitação low-tech. Já no quinto e último anos, os estudantes deverão realizar estágios em empresas parceiras alinhando o conhecimento adquirido com a experiência no mercado com o trabalho de conclusão de curso.

A organização curricular do curso é baseada na metodologia conhecida como Prática de Resolução de Problemas (PBL), longe das disciplinas adotadas tradicionalmente nos cursos de graduação do Ensino Superior. A ideia é que, ao longo de todo o curso, os alunos sejam colocados diante de problemas reais para que desenvolvam a capacidade de resolução por meio de uma escala de raciocínio clara e efetiva: definição do problema, identificação das pistas, análise, proposição, organização e, por fim, validação de hipóteses.

Experiência internacional – Na apresentação, o professor Artur Nogueira também mostrou um dos principais pilares do curso: a internacionalização. Todos os alunos da Unicap-Icam terão que cursar pelo menos um ano no exterior, em um dos campi do Icam, na França, África ou Índia. “O primeiro e o segundo ano é feito na Unicap, utilizando material em português. O curso, mais à frente, terá materiais em inglês. A partir do terceiro ano, isso é uma grande novidade nos cursos de engenharia, o aluno tem a oportunidade de fazer um ano em um dos campis do Icam no exterior. No terceiro ou quarto ano do curso, ou se ele mesmo desejar, ele poderá fazer até dois anos fora do Brasil”, disse.

Para facilitar esse intercâmbio, os terceiro e quarto anos do curso terão aulas em inglês. O professor também destacou esse pilar dentro da própria Unicap. Na graduação, semanalmente, os estudantes farão conferências, em inglês, com outros estudantes de graduação do Icam em outros países para trocar experiências comuns em sala de aula. Isso só é possível porque o curso oferecido pela Unicap-Icam é o mesmo dos outros países. Além disso, no próximo ano, estão sendo aguardados alunos franceses no campus da Unicap-Icam International School, no Recife, facilitando essas trocas e aproximando os estudantes. “É uma experiência que vai mudar a cidade, imagine os amigos, o network que nossos alunos vão construir?”

O professor Fernando Artur Nogueira, no bate-papo, ainda revelou que os estudantes da Unicap-Icam poderão realizar uma formação com três títulos acadêmicos. “Se esse aluno completar o ciclo de seis anos, passar dois anos na França, e fazer a especialização, ele terá a possibilidade de ter três títulos. O de engenheiro formado pela Unicap-Icam, especialista em Mega Projetos (curso de especialização já oferecido pela Unicap-Icam) no Brasil e o de Master, válido em toda Europa”. O professor também traduziu o momento atual da economia na perspectiva de recuperação econômica. “É um valor extremamente agregado e diferenciado do curso, que, vamos dizer, torna esse profissional desejado em toda empresa. Os alunos formados no Icam poderão coordenar grandes projetos. Existe uma sensação que esse país vai crescer. A gente tem muitas demandas para responder, inclusive sociais. Então, a gente vai ter esses grandes projetos no país”.

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