Boletim Unicap

Trabalho de Graduação de ex-aluno de Arquitetura é finalista no Concurso Opera Prima 2010

No dia 3 de agosto, a professora de Arquitetura e Urbanismo da Universidade Católica de Pernambuco Andrea Storch irá viajar com o ex-aluno Rafael Campos Rangel para São Paulo.  O motivo da viagem é nobre: a dupla vai ser premiada no Concurso Opera Prima 2010, o maior do Brasil para trabalhos finais de graduação em Arquitetura e Urbanismo.
 
Mas não é qualquer Trabalho de Graduação. Só os mais bem feitos competem. E o projeto do ex-aluno Rafael, intitulado “Espaço Cultural Antromangue – uma Poética do Manguebeat”, não ficou atrás. Além de ter sido selecionado entre os 50 melhores da Região Norte-Nordeste, a proposta do Antromangue também foi escolhida entre as 25 melhores do país, desbancando mais de 400 trabalhos concorrentes.

Dos 25 trabalhos nomeados, 20 receberão Menção Honrosa e 5 serão agraciados com o Prêmio Opera Prima. “Nós já somos vitoriosos. Não só eu e Rafael, mas todo o curso de Arquitetura está de parabéns, a coordenação e seus professores. O objetivo maior de estarmos participando desse concurso tão importante era de mostrar o nosso trabalho através do aprendizado dos nossos alunos. No resultado do Enade, a gente já conseguiu mostrar isso para a comunidade acadêmica. Mas, agora, com o Opera Prima o nosso trabalho pode ser reconhecido melhor no âmbito nacional pelo Brasil inteiro”, afirmou Andrea Storch – que orientou Rafael na construção do projeto.
 
Andrea e Rafael já têm uma longa parceria  de trabalhos bem-sucedidos. Quando ele ainda estudava na Unicap foi convidado, em 2006, pela professora para ser orientando do Projeto de Iniciação Científica – PIBIC. Um trabalho que durou mais de dois anos. O resultado final foi a 2ª colocação no Projeto de Iniciação Cientifica na área de Ciências Sociais Aplicadas, pela Universidade Católica de Pernambuco.
 
Antromangue
 
O atual projeto de Rafael Rangel começou a ser pensado em 2008 na disciplina de Intervenções em Sítios Históricos, o que fez refletir, a partir de várias óticas a questão da diversidade cultural da cidade do Recife, em especial a Cena do Manguebeat.

“O principal objetivo do projeto é mostrar que a partir da interpretação de ideias, pensamentos ou fatos de qualquer natureza, podemos demonstrar como a arquitetura, enquanto transformadora do espaço, pode transformar/traduzir, de forma materializada, uma realidade histórica de um determinado local: seria a tradução da arte através da leitura espacial. A partir disso, desenvolvi o Espaço Cultural Antromangue, fundamentado no projeto embrionário dos precursores da Cena do Manguebeat, fazendo com que a própria arquitetura transmita a mensagem do movimento”, contou Rafael.

A complexidade do projeto foi reconhecida pela orientadora Andrea Storch. Mas ela não se apresentou como um impedimento mais sim como um grande estímulo. “Apesar de saber da dificuldade do Antromangue, não hesitei em topar o desafio de orientá-lo a atingir seu objetivo. Confio muito na sua dedicação. Ele sempre foi um aluno responsável, com potencial para desenvolver a ideia. Portanto, não tive receio e acreditei na proposta”, afirmou Andrea. Já Rafael diz que “a professora conseguiu compreender a ‘viagem’ do meu projeto. Realmente, ela captou o que eu tava querendo expressar.”
 
Rangel ressaltou que o projeto tem uma abordagem que partiu do ponto de vista dele sobre o Manguebeat. Para isso, o aluno pesquisou bastante sobre a teoria, a ideologia do movimento. “Depois de tentar traduzir tudo em arquitetura, elaborando um projeto de um edifício que por si só mostrasse a grandeza e a ousadia do próprio Chico Science”. Fontes de pesquisa como Josué de Castro, Chico Science e todos os seus expoentes foram utilizados para a construção do projeto. “Eu diria que a entrevista primordial para entender o Manguebeat não foi feita com nenhuma pessoa em específico. O hábito de escutar as músicas de Chico, que tanto falavam sobre a cultura do Recife, me ajudou bastante na pesquisa”, afirmou.
 
O edifício proposto por Rangel tem oito pavimentos, onde se desenvolveriam atividades culturais. “Chico Science nunca negou as nossas raízes culturais, como alguns afirmam. Ele queria inovar o que tinha de melhor no mundo e fundir com a nossa realidade, atrelando a nossa cultura à cultura globalizada.” A ideia principal do estudante de Arquitetura era de criar um espaço onde as pessoas pudessem se identificar com a raiz de Pernambuco.  A elaboração do “Espaço Cultural Antromangue – uma Poética do Manguebeat” durou um ano para ser concluído – seis meses para a parte teórica e os outros seis para estudos projetuais. O trabalho valeu a pena.
 
Importância do Opera Prima 
 
Ter o Trabalho de Graduação entre os 25 selecionados para Concurso Opera Prima representa uma conquista muito importante tanto para o curso de Arquitetura e Urbanismo quanto para a Universidade Católica de Pernambuco. “A gente está exultante com o resultado do projeto de Andrea e Rafael. Arquitetura é um curso relativamente novo nesta instituição. Temos apenas oito anos de existência e já conseguimos atingir esse resultado. Isso nos dá uma credibilidade muito boa e é resultado de todo um trabalho em conjunto, da coordenação do curso, da orientadora e dos próprios alunos da Unicap”, afirmou Andrea Câmara, coordenadora do curso de Arquitetura e Urbanismo.  
 
O ex-aluno Rafael Rangel mostrou-se grato pelo apoio que teve da Unicap no tempo em que estudou na instituição. “Eu sempre tive um contato muito próximo com os professores da Unicap, eles sempre deram apoio para todas as ideias que tive. Isso me estimulava bastante. Devo, principalmente, à professora Andrea Storch, que compreendia até os projetos mais inusitados, me apoiando e acreditando em mim”.

Se você está interessado em conhecer um pouco mais do projeto de Rafael Rangel, pode conferir um vídeo do youtube que faz parte da apresentação do “Espaço Cultural Antromangue – uma Poética do Manguebeat”.

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