Boletim Unicap

Reitor abre o 5º Encontro Docente e o 6º Fórum dos Funcionários da Unicap

Foto: Carolina Nogueira

O show “Com Censura”, do MPB Unicap, marcou a abertura do 5º Encontro Docente e do 6º Fórum dos Funcionários na tarde desta quarta-feira (1) no auditório G2. No repertório, canções que marcaram época durante o período da ditadura militar brasileira. O momento também foi marcado pelo discurso de boas-vindas do Reitor da Unicap, Padre Pedro Rubens, que ressaltou os ideais de Santo Inácio de Loyola e enfatizou sentimentos de esperança e estímulo à missão educadora da Unicap.

Reitor da Unicap

O discurso trouxe duas outras boas notícias. A primeira: Padre Pedro Rubens foi eleito presidente da Federação Internacional das Universidades Católicas (Fiuc). Ele é o primeiro brasileiro a ocupar o cargo desde a criação da instituição, em 1949. A outra trata do lançamento da nova marca da Companhia de Jesus no Brasil.

Durante a sua fala, traçando um paralelo com a Unicap, Padre Pedro relembrou que a Companhia de Jesus nasceu dentro de uma universidade (Paris). “Nossa Universidade conjuga a missão jesuíta com o pioneirismo pernambucano. A gente acredita que quando se trabalha para humanizar o outro, nós nos humanizamos também”.

Citando um trecho do livro As cidades invisíveis, escrito por Ítalo Calvino, o Reitor também destacou a importância da comunidade acadêmica trabalhar unida. “Uma universidade não pode existir sem os professores, alunos e funcionários. Nossa ponte com o mundo só parece existir se estivermos juntos”.

Confira abaixo a íntegra do discurso.

5º Encontro Docente e 6º Fórum de Funcionários

2º Encontro de Educadores da Unicap

Unicap: a marca de um coração que voa…

Foi no meio universitário que Inácio de Loyola reuniu em torno dele uma grupo de estudantes sonhadores que nasceu a Ordem dos Jesuítas. A chamada Companhia de Jesus nasceu na universidade; mais que um lugar de origem é um contexto inspirador de grandes causas históricas para todos nós aqui e agora. A nossa Unicap nasceu de um sonho coletivo, conjugando missão jesuíta e pioneirismo pernambucano. Pessoas como vocês, caros colegas docentes e funcionários, companheiros jesuítas e estudantes, nós que aqui estamos e tantos outros que por aqui passaram, fazem parte dessa importante história. Nossa responsabilidade é renovar essa bela tradição, olhando para o futuro, com agradecimento, esperança e muitos sentimentos.

 0.    Agradecer, eis o primeiro sentimento: o trabalho de P. Lúcio e dos organizadores para que a nossa universidade possa ser cada vez mais uma comunidade e que o nosso trabalho seja uma aposta na humanização da humanidade; trabalhando pela humanização dos outros, nós vamos também nos humanizando; e um dia poderemos dizer como o poeta Fernando Pessoa: “humano assim só podia ser divino”. Nesse processo, quem é mais importante, professores ou funcionários, estudantes ou dirigentes? Responderei em forma de um pequeno conto de Ítalo Calvino (Cidades Invisíveis, 79)…

1.    Sentimento de Pertença: fazemos parte de uma história e uma tradição que nos precedem e nos inspiram; pertencemos à tradição do cristianismo, da Igreja Católica. Dois sinais significativos de nossa pertença: 1) recentemente participei da 24ª Assembleia Geral da Federação Internacional de Universidades Católicas, da qual fazemos parte com outras 205 instituições dos cinco continentes; com o orgulho de representar nossa Unicap, acabei sendo eleito o novo presidente da Fiuc, sendo o primeiro brasileiro na função e, portanto, uma honra para a Católica de Pernambuco; 2) a presença, visita e conferência do Reitor da mais antiga Universidade Católica do mundo, aqui e agora, é uma atestação da atualidade de nossos laços de amizade e de cooperação: muito obrigado, merci beaucoup ao P. François-Xavier Dumortier, jesuíta, de aceitar nosso convite e dedicar parte de seu precioso tempo a nós, com a presença, mas também com a preparação da Aula Magna que faz parte dessa Jornada.

2.    A marca do coração: os Jesuítas do Brasil decidiram explicitar a marca de nosso trabalho, para reforçar a identidade visual da rede de inúmeras ações e instituições, a serviço da Igreja, em Sociedade; a marca nova é a mais antiga e ela nos convida a passar de uma simples identificação visual a fazer parcerias operativas com todas as iniciativas e instituições jesuítas do Brasil. Essa marca será tanto mais universal quanto mais ela for uma convicção de uma missão comum, de jesuítas e colaboradores. A nossa Asa Branca será “representante” da nossa nordestinidade na marca nacional e internacional; não mais como uma “concessão” feita a região pobre do Brasil, mas como um protagonismo de nosso povo e uma contribuição na transformação da realidade globalizada. Não diria de Pernambuco para o mundo, mas a partir de PE por um mundo melhor, mais humano, que mereça o nome de “humanidade”.

3.    A Unicap no passo da História: celebrando 60 anos, renovamos nossa relação com a tradição de qualidade, mas também com a humanização. E tivemos “páginas infelizes” em nossa história do Brasil… Abrir o semestre acadêmico com um espetáculo “Sem censura” é uma forma de redizer o nosso lema unicapiano: Veritati et Vitae. No ano em que o Brasil e PE inauguram as comissões da Verdade sobre o período da Ditadura militar, renovamos o nosso compromisso com a Verdade a serviço da vida. Que através das palavras,das melodias, da musica e dos nossos artistas, possamos abraçar a nossa história e cantar a beleza de sermos eternos aprendizes da democracia, da liberdade e da esperança que não morre jamais: “apesar de tudo, amanhã há de ser, será um novo dia”.

Muito obrigado e boa jornada a todos nós!

Pedro Rubens

Reitor Unicap

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