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Seminário do PPGCL discute gênero oral nos livros didáticos

A tarde de encerramento do seminário Em torno do Ensino da Língua Portuguesa: questões teóricas e aplicadas girou em torno das discussões do gênero oral e da divulgação científica nos livros didáticos. A Profª Drª Maria Inês Batista Campos fez uma explanação a partir de obras adotadas em escolas do país. O evento fez parte da abertura do semestre letivo do Programa de Pós-graduação em Ciências da Linguagem da Universidade Católica de Pernambuco.

De acordo com a pesquisadora da USP, a oralidade está ligada a um elemento fundamental de sala de aula: a vida cotidiana. “O aluno precisa aprender algo que tenha a ver com ele”. Inês criticou a metodologia adotada em alguns livros no que se refere aos debates promovidos em sala de aula. “O ‘tome nota’ significa que não se trabalha a oralidade. Não ensinamos os alunos a fazer paráfrase. Ele não presta atenção no oral e corre de pressa para o escrito”.

Maria Inês fez indicações bibliográficas que podem ajudar os pesquisadores na análise de livros didáticos. Ela se utilizou do referencial teórico do linguista russo Mikail Bakhtin, a exemplo de teorias que abordam o heterodiscurso/plurilinguismo. “Tratar de gêneros orais em livros didáticos de língua portuguesa é configurar posições teóricas e metodológica que encarem língua oral e escrita como processos produtivos de conhecimento. Na concepção de Bakhtin, os gêneros orais ao se apresentarem como texto podem ser considerados como dado primário (a realidade e o ponto de partida de todas as disciplinas nas ciências humanas)”, afirmou a pesquisadora em suas considerações finais.

Rose

Ao término da atividade, o clima era de confraternização e celebração pelas trocas de conhecimento e experiência. “Por ser professora, por estar na educação básica, o seminário me ajudou muito a abrir a mente, a perceber coisas que a gente não nota no livro didático. E enquanto estudante do mestrado, na minha pesquisa, é sempre bom me aprofundar nas teorias bakhtinianas”, disse a professora e jornalista Rosemere Albuquerque.

Marcelo

Outro que se entusiasmou com o conteúdo do seminário foi o também mestrando Marcelo Travassos. “Gostei muito do seminário. Enquanto publicitário foi muito enriquecedor e enquanto aluno do mestrado também. Aprender a questão dos gêneros e me aprofundar mais nesse aspecto que é muito interessante pra mim”.

Roberta e Maria Inês

A coordenadora do PPGCL, Profª Drª Roberta Caiado, destacou o histórico do programa em abrir os semestres letivos com seminários ministrados por professores convidados. “A professa Maria Inês trabalha com as ideias bakhtinianas, com a teoria e a prática do ensino e aprendizagem da Língua Portuguesa. Além disso, nós pudemos aprender questões da Base Nacional Comum Curricular e do Programa Nacional do Livro Didático. Certamente, o público do nosso programa (PPGCL) que está em sala de aula e que está sendo preparado também para o terceiro grau vai sair com uma visão muito mais crítica desses materiais didáticos e dessa Base Nacional Comum Curricular”.

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