Boletim Unicap

Salvatore Perrella profere palestra no Simpósio Internacional de Mariologia

O Simpósio Internacional de Mariologia promovido pela Unicap e pelo Santuário Arquidiocesano de Nossa Senhora de Fátima recebeu, na tarde desta sexta-feira (12), no auditório G2, o presidente da Pontificia Facoltà Teologica – Marianum, de Roma. Salvatore Perrella é considerado um dos maiores mariólogos em atividade. O napolitano é notório por seus artigos e livros sobre o assunto.

Durante a palestra, ele abordou assuntos relacionados ao que chamou de ‘crise do Cristianismo’ motivada pela modernidade e consumismo. Para Perrella, “a cultura do descartável significa a anorexia e bulimia existencial”. O teólogo credita essa fase do Cristianismo ao novo ateísmo “baseado na desconstrução e afabulação (termo relacionado à fábula) que visam destruir a origem histórica do Cristianismo”.

O mariólogo citou como exemplo prático o escritor Dan Brown e seu livro o ” Código Da Vinci “e toda essa literatura que tem a ideia de destruir de dentro o Cristianismo e suas razões”.

Ao agradecer o reitor do santuário, Padre Mota, Salvatore Perrella expressou sua felicidade em estar entre os brasileiros e destacou a importância dos 300 anos das aparições de Nossa Senhora Aparecida, no interior de São Paulo, e o centenário das aparições de Fátima, em Portugal. “Existe a força do simbolismo. As aparições são um desafio à razão e ao racionalismo cego. As aparições são eventos de presença, de visita e comunicação”.

Perrella também falou sobre o Concílio Vaticano II. Para ele, o Concílio deixou uma grande herança e uma grande responsabilidade. “O Concílio Vaticano II trouxe alegria e sofrimento. Nesses 52 anos, a Igreja Católica caminhou com muita dificuldade. Os documentos promulgados pelo Papa Paulo VI se tornaram muito especiais porque representam a carne, sangue e o espírito na Igreja”.

Ainda de acordo com o mariólogo, as palavras-chave do Concílio Vaticano II são atualização e pastoralidade. Perrella ressalta que “era preciso mudar não só a mentalidade, mas linguagem e isso também quer dizer rito. Essa relação entre os que são do ministério ordenado e os leigos não é fácil. Apesar das mudanças, muitas coisas permanecem e não deveriam permanecer”.

Na visão de Perrella, depois de mais de meio século, as resoluções do Concílio ainda não são totalmente acolhidas como deveriam ser. “A Igreja do Concílio deseja que a luz de Cristo toque o rosto de cada crente”. No entanto, ele reconhece os desafios a serem enfrentados pela Igreja e, principalmente, pelo atual pontificado. “Francisco é um Papa verdadeiro. É um Papa que crê no Concílio e que deseja concretizar o que foi e o que é o Concílio”.

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