Boletim Unicap

ROMILDE OLIVEIRA: 46 ANOS DE UNICAP

Lucílio Romilde 020Ele nasceu em Bonito, no Agreste de Pernambuco. Pai de sete filhos, concluiu o curso de Engenharia Civil na UFPE, fez mestrado e doutorado na UFRJ e realizou o pós-doutorado na USP. Na Unicap, participou da implantação do curso de Engenharia Civil, atuou como coordenador do Programa de Mestrado entre 2005 e 2008. Neste mês de março, ele retornou a esse posto com o objetivo de criar as condições necessárias para a instalação do Doutorado em Engenharia Civil. Ao completar 46 anos de dedicação à Universidade Católica de Pernambuco, o Prof. Dr. Romilde Oliveira se mostrou mais motivado do que nunca nesta entrevista especial ao jornalista Daniel França para o Boletim Unicap. Confira abaixo os principais trechos.

 Boletim Unicap – Como o senhor entrou na Católica?

Romilde Oliveira – Eu terminei o curso de Engenharia Civil na UFPE em dezembro de 1967. Ao mesmo tempo fazia Iniciação Científica. Quando me formei passei mais um tempo fazendo pesquisa no Instituto de Física e Matemática da UFPE. Era bolsista de lá. Quando a Unicap iniciou o curso de estatística, aproveitou vários jovens da época que eram ligados à pesquisa em estatística e eu acabei sendo um dos indicados. Uma curiosidade é que juntamente comigo vieram dois colegas de turma que tinham interesse em se aprimorar em matemática como ferramenta para ensinar engenharia civil. Um deles é o professor José Jorge de Vasconcelos, atual ministro do Tribunal de Contas da União (TCU) e o ex-secretário da Receita Federal Everardo Maciel. Nós começamos o curso de estatística na época.

B.U – E como o senhor migrou para Engenharia Civil?

R.O – No final dos anos 60, a Unicap partiu para formar seu próprio curso de Engenharia Civil porque antes era vinculado à Escola Politécnica. Quando a Poli saiu para formar a antiga Fespe, a Unicap decidiu formar seu próprio curso de Engenharia Civil. Em 1970, a graduação foi aprovada e eu participei do quadro inicial de professores.

B.U – Ao longo dos seus 46 anos de Unicap, qual episódio da Universidade foi o mais marcante para o senhor?

R.O – Houve um momento expansionista interessante nos anos 80. Eu participei da elaboração do projeto do bloco G e do prédio da Reitoria. Na época, a Universidade montou o Grupo Técnico de Obras (GTO) e além dos projetos, nós participamos também da construção dos edifícios. Foi o GTO quem tocou este projeto.  Havia uma euforia porque isso representava a ampliação do campus. Era algo que empolgava as pessoas. Aliás, esse clima é perene na Unicap.

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Romilde participou dos projetos dos blocos G e R

B.U – Falando agora sobre a profissão de Engenharia Civil. Que análise o senhor faz do mercado nesses últimos 10 anos?

R.O – A Engenharia Civil no Brasil e por consequência em Pernambuco passou por altos e baixos. No final dos anos 70, com o chamado Milagre Brasileiro, houve forte crescimento. Mas a partir de 1983, houve uma crise na economia que se estendeu até o início dos anos 2000. De 2005 pra cá, passamos viver uma nova fase com grandes investimentos no Estado, principalmente em Suape, com a criação do Estaleiro Atlântico Sul. Muitas indústrias vieram pra cá e isso significou a retomada do crescimento e consequentemente provocou um aquecimento no mercado de trabalho. O curso voltou a ser bastante procurado. Temos hoje cerca de 1.300 alunos, o que demonstra uma recuperação muito grande.

B.U – Esse crescimento tende a continuar?

R.O – Não com a mesma taxa de crescimento, mas os indicadores devem se estabilizar. Acredito que vamos manter os índices atuais. Eu costumo dizer que ‘se a economia vai bem, os engenheiros vão bem também’ (risos).

B.U – Além da técnica, sua trajetória está muito ligada ao aspecto acadêmico. Qual sua relação com a pesquisa?

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Pioneiro: Romilde faz parte da equipe inicial do curso

R.O – Eu tenho uma relação muito forte com a pesquisa. Houve épocas na minha vida que eu dediquei maior parte do tempo aos projetos de pesquisa. Passei alguns anos me dedicando ao mercado, mas recentemente voltei minhas atenções à pesquisa. Estou com vários projetos de pesquisa em andamento aqui na Universidade com participação de outros colegas. Esse grupo está ligado à pós-graduação, mas dá atenção também à graduação.

B.U – Qual a importância da pesquisa para a parte prática da Engenharia Civil?

R.O – Importantíssima, principalmente numa região como o Nordeste do Brasil e um estado como Pernambuco. Há uma série de peculiaridades que a gente precisa estudar. Destaco a questão climática. Como o nosso clima interfere nos materiais de construção? Tudo isso é objeto de pesquisa.

B.U – Planos para o futuro…

R.O – Nossa meta é melhorar a avaliação do mestrado, aumentando o número de publicações qualificadas nos periódicos. Nosso objetivo é construir um cenário que nos possibilite a criação de um Doutorado.

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