Boletim Unicap

Roda de diálogo debate contribuição da religião para o enfrentamento ao genocídio da juventude negra

 

Durante a 10ª Semana da Consciência Negra da Unicap, foi realizada uma roda de diálogo com o tema A contribuição da religião para o enfrentamento ao genocídio da juventude negra. “Tem as religiões que potencializam o sujeito e tem as religiões que potencializam o preconceito, racismo e intolerância. Então, vamos dialogar com líderes religiosos de diversas instituições na expectativa de saber como é que essas religiões fazem o enfrentamento ao genocídio, promovendo um quadro de respeito pelo outro”, explicou Valdenice Raimundo, coordenadora do Núcleo de Estudos Afro-brasileiros e Indígenas da Unicap.

A importância do tema é clara, já que a população negra, jovem e de baixa escolaridade é a maior parte das vítimas de homicídio no Brasil. “As informações são de que a cada 23 minutos um jovem negro, entre 14 e 24 anos, é assassinado no Brasil. É muito importante que todos os entes, em especial a universidade, olhem para a realidade e conversem e dialoguem sobre isso”, ressaltou Vera Baroni, Yabassé do Terreiro Ilê Obá Aganjú Okoloyá, integrante da mesa.

Para debater, estiveram presentes representantes de religiões diversas, trazendo o que tem sido feito, tanto a título de divulgação e informação como para união de forças e maior engajamento.

“É bom estar em diálogo para que as pessoas saibam que o meio evangélico é um movimento plural, com várias correntes de pensamento, inclusive correntes que estão vinculadas à questão da causa racial, que muita gente desconhece. Acredito que é uma oportunidade da gente estreitar o diálogo e avançar na luta contra o racismo, porque é uma questão estrutural e está dentro das igrejas também e a gente precisa falar sobre isso”, disse Vanessa Barbosa, do Movimento Negro Evangélico.

“Entendemos que o genocídio não é só a morte do jovem negro, que é expressiva no Brasil e, principalmente, em Pernambuco, mas é também a morte da sua cultura, das possibilidades concretas de existência. Já que somos de maioria pobre, sempre tivemos nossos direitos violados no Brasil, e tudo isso contribui para o genocídio, que é toda essa negação durante toda a existência. E sabemos que na nossa sociedade a religião cumpre um papel importante, ou não, na socialização das pessoas”, esclareceu Valdenice.

A programação da 10ª Semana da Consciência Negra continua até a sexta-feira (10/11). Para mais informações, acesse a programação completa clicando aqui.

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