Reitor da Unicap participa da Solenidade de Abertura do Congresso Mundial de Universidades Católicas, na PUC-Minas
|Por Luca Pacheco, especial para o Boletim Unicap
Na noite desta quinta-feira (18) iniciou-se o Congresso Mundial de Universidades Católicas 2013 – CMUC, com o tema: “Novos Tempos, Novos Sentidos”. A Solenidade de Abertura aconteceu em um auditório que foi montado especialmente para o evento no Campus Coração Eucarístico da PUC-Minas, em Belo Horizonte, com a participação de reitores, professores, funcionários e alunos representantes das Universidades Católicas e também de Universidades de outras confissões religiosas do mundo inteiro.
O Reitor da Unicap e presidente da Federação Internacional de Universidades Católicas, Padre Pedro Rubens compôs a mesa de abertura juntamente com autoridades civis, eclesiásticas e acadêmicas. O reitor da PUC-Minas e bispo auxiliar da Arquidiocese de Belo Horizonte, Dom Joaquim Mol, declarou aberto o Congresso. O presidente da Associação Nacional de Escolas Católicas – ANEC, Padre José Marinoni, e o presidente da Associação Brasileira de Universidades Comunitárias – ABRUC, Vilmar Thomé, fizeram seus pronunciamentos de acolhida aos congressistas. Em seguida, Padre Pedro Rubens realizou o seu pronunciamento.
Ele apresentou a FIUC e destacou o papel da Federação de colocar-se a serviço das Universidades Católicas do mundo inteiro. Padre Pedro parabenizou a PUC-Minas pela ousadia de realizar um evento desse porte. Parabenizou também aos representantes das Universidades que estão participando do CMUC para descobrir e colocar em comum suas diferenças. O Reitor da Unicap e presidente da FIUC, Padre Pedro Rubens, fez referência à visita do Papa João Paulo II a Belo Horizonte em 1980. Na ocasião, o Papa exclamou: “Que Belo Horizonte!” diante das belezas geográfica, arquitetônica e da acolhida do povo mineiro. Padre Pedro continuou o elogio aos mineiros que acolhem o Congresso dizendo que viveu em Belo Horizonte durante dois momentos importantes para a sua vida, o período de sua formação filosófica e teológica, e, mais tarde, no período em que atuou como professor de Teologia na Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia – FAJE. Padre Pedro Rubens salientou que Belo Horizonte é um lugar estratégico para a realização deste evento também porque Minas Gerais é um dos principais berços do catolicismo brasileiro.
Para ele, este é um momento oportuno para a realização do CMUC por três motivos: Estamos às portas da Jornada Mundial da Juventude e o evento conta com a participação de centenas de jovens estudantes de Universidades Católicas que vieram participar do Congresso como um evento de preparação para a JMJ Rio 2013; O segundo motivo é a visita do Papa Francisco ao Brasil, que traz um novo vigor à Igreja em todo o mundo; E finalmente, o momento que estamos vivendo na democracia brasileira, especialmente com o protagonismo dos jovens estudantes. Padre Pedro Rubens finalizou suas palavras de boas vindas salientando que este é um kairós, um momento favorável para todos os que estão participando do Congresso Mundial de Universidades Católicas.
Leia abaixo a íntegra do discurso do presidente da FIUC, Padre Pedro Rubens.
Em nome da Federação Internacional de Universidades Católicas, quero agradecer a todos os organizadores do CMUC, agradecer a todos os que participam desse evento, em particular as universidades católicas, tanto as que já são filiadas à nossa Federação, quanto as que ainda não completaram seu discernimento para fazer parte dessa importante rede. Durante o tempo do Congresso, a sede da FIUC será aqui, não somente simbolicamente, mas além de minha permanencia do início ao fim, três dos cinco colaboradores do escritório central de Paris estáo conosco para prestigiar o CMUC e ajudar, garantindo um stand com assessoria, apoio, conferencias e cobertura: agradeço a Montserrat, Loïc e Nicolas. Estamos aqui para revelar em atos o que justifica a nossa federação: colocar-se a serviço das universidades católicas, promovendo redes entre elas e contemplando os desafios como novos horizonte de nossa missão comum.
Traduzo meus sentimentos em três ideias/gestos…
1. Agradecer a iniciativa da PUC Minas de propor, construir parcerias e realizar esse Congresso Mundial de UC. Sou testemunha do empenho dessa universidade que mostrou sua grandeza não apenas pelo fato de ser a maior do Brasil e do mundo em número de alunos, mas também pela sua capacidade de sonhar, projetar e realizar um evento desse porte. Assim, a PUC Minas possibilitou aos seus gestores, docentes e estudantes, sob a batuta do reitor Dom Mol e o apoio incondicional do Arcebispo Dom Walmor, essa experiência de “universidade a serviço”, trabalho do qual todos desfrutaremos. Não foi sem certa ousadia, com muita determinação e impressionante trabalho que a PUC Minas fez pontes entre as mais diversas instituições brasileiras, latinoamericanas e internacionais: em nome da FIUC, muito obrigado, de todo coração! Agradeço também às universidades que acolheram esse convite e, vencendo dificuldades, estão aqui representadas e prestes a testemunhar, mais uma vez, que temos muito a aprender uns com os outros. Temos muito a descobrir e a colocar em comum, a partir de nossas diferenças, pois a catolicidade não se diz somente com alguns traços semelhantes, por mais importantes que eles sejam. A catolicidade, sinônimo de universalidade e de universidade, se pode traduzir em uma diversidade de experiências e de expressões, resultantes de nossa busca sincera da verdade, no diálogo com a cultura de nossos povos e com as sociedades nas quais estamos inseridos e às quais somos convidados a servir. Nascida do coração da Igreja, Ex corde ecclesiae, a universidade católica palpita no coração do mundo.
2. Diante de todos vocês, nessa abertura, como não dizer: “Que belo horizonte!” Recordo assim as palavras do saudoso João Paulo II, em sua visita a esta cidade, escolhida como capital da juventude. O Papa peregrino, o João de Deus, fixando o seu olhar sobre milhares de jovens, proclamou com viva emoção, partilhada por todos os presentes (eu ainda era jovem e me senti incluído, não sem muita emoção). Contemplando os jovens de nossas universidades, quisera que também púdesses dizer, com esperança e compromisso, que a formação de qualidade acadêmica e excelência humana é o mais belo horizonte da juventude e uma das mais desafiante missões da Igreja hoje. A FIUC fez uma pesquisa sobre o rosto e os valores da juventude que estudam nas universidades católicas, o que será tema de apresentação nesse congresso. Como compreender os novos tempos, em seus desafios e oportunidades, e buscar, junto com a juventude em sua pluralidade, os novos sentidos para a nossa missão, para a vida e para o mundo? Esses dias oferecerão um elenco de atividades, abrindo novas perspectivas.
3. Estar em Minas Gerais é, enfim, uma oportunidade única para muitos de mergulhar em um dos berços do catolicismo brasileiro, testemunhado em suas belas igrejas, mas sobretudo no jeito cordial e profundo de seu povo. Três marcas principais desse povo, com quem tive a graça de conviver por dez anos, como estudante e depois como professor da Faculdade Jesuíta de Filosofia e Teologia. Os mineiros são tidos por “desconfiados”: essa impressão se desfaz logo depois do primeiro bom encontro, quando se descobre, sem esforço, um espírito de acolhida cheio de familiaridade. Segundo, ressalta-se o jeito mineiro para conciliar situações extremas, buscando uma alternativa mediana para avançar: na realização de um congresso como este, essa qualidade mineira revelou-se importante, mas também em muitas outras situações e desafios. Enfim, “o bom mineiro não perde o trem”: esse congresso veio em boa hora, seja pelo contexto de esperança que vive nossa Igreja, sobretudo com o advento do Papa Francisco, seja pelo momento da democracia brasileira, sobretudo com as novas manifestações, com forte participação das juventudes que foi às ruas para reclamar mais justiça, novos direitos e melhor qualidade de vida. Um povo que espera contra toda esperança e que sonha com toda poesia, mas que tem o espírito de uma fé inquieta. Pois bem, se mineiro não perde trem, a PUC Minas também é assim: ela interpretou muito bem os sinais dos tempos, o evento da JMJ, e propôs um congresso mundial, convidando-nos a embarcar nesse trem rumo ao futuro, abrindo novos horizontes, partindo da plataforma dos “novos tempos” à terra prometida dos “novos sentidos”. Que belo horizonte a fé cristã, a tradição católica e a mediação universitária podem contemplar, pondo-se em marcha, rumo aos novos sentidos, já que os novos tempos chegaram! Que esse congresso seja, protanto, um tempo favorável e uma experiência singular na construção da esperança que nos anima. E que no final desses dias, possamos, felizes, atestar que não somos mais os mesmos: fomos atingidos pela graça de um Deus conosco que não nos abandona nos desafios da missão, mas nos rejuvenesce !
Merci, thank you, gracías… Muito obrigado!
Pedro Rubens
Também estão participando do CMUC os pesquisadores e professores da Unicap Luis Carlos Pacheco (Luca Pacheco) e Valter Luis de Avellar, que vão coordenar um Fórum sobre Religião e Espiritualidade no Ciberespaço, onde vão apresentar suas respectivas pesquisas desenvolvidas no Programa de Mestrado em Ciências da Religião da Unicap e vão compartilhar as experiências desenvolvidas na Universidade Católica de Pernambuco nos campos da Pastoral (Instituto Humanitas Unicap), das Ciências da Religião (Observatório Transdisciplinar das Religiões do Recife) e da Teologia (Projeto Bíblia, Comunicação e Arte). O padre boliviano e Ex-Assessor de Cultura da Unicap, Padre Hugo Ara, também participa do Congresso onde ministrará o minicurso “Comunicação como serviço à Igreja e à Sociedade – Experiência e método da Diakonia”.
O CMUC 2013 se encerrará no próximo domingo (21) com a Conferência Final do Reitor da Unicap e presidente da FIUC, Padre Pedro Rubens, com o tema: “Ide, pois fazer discípulos entre todas as nações!” (Mt 28,19) – A missão das Universidades Católicas e das Pastorais Universitárias nos “novos tempos”.