Raul Henry e Terezinha Nunes participam do Quinta em Ritmo de Eleição

A segunda semana do projeto Quinta em Ritmo de Eleição contou com a presença do deputado federal Raul Henry (PMDB) e da deputada estadual Terezinha Nunes(PSDB). Os dois tentam renovar seus mandatos nesta eleição. Eles comentaram a situação política nacional e apresentaram suas propostas para o estado de Pernambuco.

Ao longo de cinco semanas, professores e estudantes que passam pelo hall do bloco G antes  das aulas noturnas podem desfrutar do ambiente descontraído  ao mesmo tempo em que conhecem melhor candidatos a cargos no legislativo nas eleição deste ano. O músico Gilmar Araújo saudou o público apresentando canções da MPB, antes do debate com os deputados.

Terezinha Nunes tem 61 anos e é formada em Jornalismo pela Unicap.  Foi professora primária, trabalhou no jornal O Globo e nas sucursais recifenses da revista Veja e do Jornal do Brasil. Na gestão de Jarbas Vasconcelos na Prefeitura do Recife, assumiu a Secretaria de Imprensa do Recife em 1993. No nível estadual também foi secretária de Imprensa e de  Desenvolvimento Urbano e Projetos Especiais. Em 2007, foi eleita deputada estadual, com mais de 45 mil votos. Na Assembleia Legislativa, Terezinha preside a Comissão de Cidadania e Direitos Humanos e e é vice-presidente da Comissão de Educação.

Raul Henry tem 46 anos e é formado em Economia pela Católica. Tem 25 anos de atividade política, iniciada a partir do movimento estudantil. Em 1996  foi eleito vice-prefeito do Recife, na gestão de Roberto Magalhães. Também foi secretário de estado na gestão de Jarbas Vasconcelos, assumindo a Secretaria de Educação e Cultura. Em 2002 foi eleito deputado estadual, com 117 mil votos e, em 2006, conquistou uma cadeira na Câmara dos Deputados após receber mais de 138 mil votos. Em Brasília, atua na Comissão de Educação e Cultura.

Em sua fala inicial,  Terezinha Nunes disse que é difícil falar de política no país devido ao desinteresse da população por este tema. Ela recordou que no seu tempo de estudante as pessoas discutiam mais política, por ser um período de combate à ditadura militar. Ela disse ainda que a Católica teve papel importante nesse processo. “Quando o cidadão informado se retrai, os compradores de voto tomam o lugar”, disse a candidata. Ao Boletim Unicap, ela observou que a discussão política dentro da universidade tem particularidades em relação às ruas, pois no ambiente acadêmico  as questões são mais vinculadas aos interesses coletivos.

Assim como a deputada Terezinha Nunes, Raul Henry estimulou a comunidade acadêmica a vivenciar mais a política. “É fundamental participar da política a fim de evitar a degradação desse processo”, advertiu. Ele revelou à nossa equipe que o momento mais gratificante da atividade política é o contato com o eleitor, pois é a ocasião em que o candidato  pode discutir seus planos para a agenda do país. Sobre o momento eleitoral que estamos vivendo ele declarou que o candidato precisa ter dinheiro ou apoio de uma corporação para vencer, mas que em seu caso ia para a disputa apoiado pelos seus 25 anos de história política.

Questionada sobre a questão da homoafetividade, Terezinha disse se tratar de uma questão cultural, de uma sociedade “machista e homofóbica”. Ela lembrou que na própria Assembleia Legislativa já houve problemas relativos a preconceitos nessa área. “Faremos o possível para derrubar essa barreira”, prometeu.

Sobre as privatizações de estatais, Raul Henry disse que alguns desse processos foram bons para o país, como o ocorrido nas telecomunicações, já em relação às ferrovias, não tem a mesma opinião. Em outros campos, defende o comando por parte do governo. “O Estado deve estar presente nas áreas estratégicas”, pontuou. Em outros setores, Raul acredita que é possível repassar os serviços à iniciativa privada. Em relação às oposições em Pernambuco, ele  apontou a necessidade de uma reforma política urgente. Na opinião do candidato, o quadro atual no estado é reflexo de uma situação disseminada pelo país. “Uso da máquina, compra de votos e cooptação não estão só em Pernambuco”, disse.

As escolas em tempo integral foram defendidas pelos dois candidatos. Segundo Terezinha, mais de 50% dos alunos desse sistema conquistaram vaga em universidades públicas. Raul indicou três pontos para melhor a educação. Além do ensino integral, ele defende a alfabetização das crianças e qualificação profissional de nível.

Na saúde, eles acreditam que falta melhorar a estrutura dos hospitais já existentes, além de melhorar a aplicação dos recursos. Para Terezinha, há uma saúde de primeira classe, nos hospitais novos, e outra de segunda classe, nos antigos. Raul aprovou a atuação da saúde básica e da  terciária, mas lembrou que é necessário investir na rede intermediária.

Outra situação questionada pelo público foi a violência. Terezinha Nunes disse que é importante avaliar dados reais. “Se diz que há mais segurança porque os homicídios diminuíram, mas há mais assaltos e roubos”, denunciou. De acordo com Raul Henry, a mortalidade de jovens em Pernambuco  é três vezes maior que no Iraque. Ele disse ter analisado o combate à violência na Colômbia e ressaltou que lá houve a “mão dura e a mão amiga” para resolver essa questão. A mão dura foi a repressão policial, em parceria com o judiciário, além da transparência em relação aos casos. Já a mão amiga foi o trabalho junto a populações em risco social.

A região do Araripe necessita de um órgão desenvolvimentista, nos moldes da Sudene, segundo Terezinha. A vocação par ao mel de abelha e a produção de gesso foram algumas das atividades importantes do local, elencadas por Raul Henry.

O deputado federal apontou bons momentos que o Brasil vem passando. “A popularidade do presidente é fruto do bem-estar da população, e como oposição, tenho que reconhecer isso”. Em seguida, ele criticou as ações do governo no combate da corrupção, dizendo que o presidente Lula deixou  desejar. “Ele deu um mau exemplo na condução da corrupão no país”, concluiu.

Na próxima semana, no dia 9,  o projeto Quinta em Ritmo de Eleição recebe o candidato a deputado federal pelo PSB Danilo Cabral e o candidato a deputado estadual pelo mesmo partido Waldemar Borges.