Professores de Psicologia da Católica participam de jornada sobre drogas

Alan Vinícius | 13 de setembro de 2010 | Últimas | Nenhum comentário

Suely Santana, Marco Túlio e Irinea Catarino

A Universidade Católica de Pernambuco esteve presente na III Jornada Regional Sobre Drogas, promovida pela Associação Brasileira de Estudos do Álcool e Outras Drogas (Abead) e pelo Ministério Público de Pernambuco (MPPE). Os professores Marco Túlio Caldas e Irinea Catarino, do curso de Psicologia da Unicap, participaram de uma mesa-redonda, sobre prevenção do alcoolismo. A professora Suely Santana coordenou outra mesa, sobre terapias comunitárias.

A jornada, que aconteceu nos dias 9 e 10 de setembro, é uma preparação para o 21º Congresso da Abead, que acontecerá em 2011, também no Recife. Este ano ainda será realizada uma jornada na Paraíba e há planos para outras duas no primeiro semestre de 2011, em Alagoas e no Maranhão, segundo o vice-presidente da Associação, o psicólogo Gilberto Lúcio.

Marco Túlio abordou as linhas de medicamentos usados no combate ao alcoolismo. Ele lembrou que o álcool atua em vários pontos do organismo e se distribui rapidamente pelo corpo. Essa característica permite o desenvolvimento de drogas que atuam por diversos mecanismos.

Entre os tratamentos há os antidepressivos e ansiolíticos, medicamentos que reduzem o desejo de consumir álcool e até aquelas que causam reações desagradáveis. Nestas últimas, é preciso cautela porque ela pode levar a graves efeitos, além de abalar a confiança do paciente na família, que muitas vezes usa essas substâncias sem o conhecimento dele.

A professora Lawrencita Espínola, da Universidade Federal da Paraíba (UFPB), falou sobre programas de atendimentos aos alcoolistas e seus familiares. Ela lembrou que a competitividade presente no mundo contemporâneo levou a humanidade a diversos problemas e um deles seria o alcoolismo e uso de outras drogas.

Ela ressaltou que o SUS gastou entre 2002 e 2006 cerca de 40 milhões de reais no tratamento do alcoolismo. Outro dado é que até 40% dos acidentes fatais em indústrias podem estar vinculados ao uso dessa droga, e por isso, algumas empresas, como a Petrobras investem em programas de prevenção, que custa sete vezes menos que o tratamento.

Uma das experiências apresentadas foi o Programa de Atendimento Integral ao Alcoolista e Outros Dependentes Químicos da UFPB (Paiad). O núcleo promove jornadas, capacitações e grupos de pesquisa sobre o assunto.

A professora Maria das Graças, ligada à Prefeitura da Cidade do Recife, alertou sobre a idade precoce em que se começa a usar álcool e fumo, aos 12 anos. Ela falou de programas bem-sucedidos de prevenção, como o Northland, realizado em Minnesota, Estados Unidos. O trabalho analisou fatores ambientais e comportamentais que influenciavam o consumo do álcool por jovens da 6ª, da 7ª e da 8ª séries.

Irinea Catarino encerrou a mesa alertando para a necessidade de discernimento entre políticas efetivas e aquelas que só visam favorecimento pessoal. “Política pública tem que cuidar mais das pessoas que da droga em si. Fator de risco não é a droga que o menino usa na rua. Fator de risco já é a própria criança na rua”, frisou.

No primeiro dia da Jornada , a mesa-redonda sobre terapias comunitárias teve participação da professora Suely Santana. Essa modalidade de atendimento é um método auxiliar ao tratamento clínico, e que pode ser realizada mesmo por pessoas sem formação na área de psicologia ou medicina por exemplo.

A partir de capacitações, os interessados em coordenar esses grupos são preparados para realizar o trabalho em associações comunitárias, escolas e igrejas, o que facilita a adesão por parte do dependente químico.

Além dos professores, estudantes da Unicap também apoiaram a Jornada. Seis alunos de Psicologia e uma do curso de Direito auxiliaram na recepção e informação dos participantes e na projeção das palestras.