Boletim Unicap

Professor Gilbraz Aragão faz balanço do IV Congresso da ANPTECRE

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Confira abaixo a entrevista com o professor Gilbraz Aragão, coordenador do Mestrado em Ciências da Religião na Universidade Católica de Pernambuco e vice-presidente da Associação Nacional de Programas de Pós- Graduação e Pesquisa em Teologia e Ciências da Religião (ANPTECRE). O professor fez um balanço sobre o evento e a respeito das conclusões a que chegaram nesses três dias de discussão.

Q. Como foi para a Unicap receber a quarta edição do congresso?

R. Bom, nós aqui temos um curso de Teologia e um Mestrado em Ciências da Religião, que pesquisam o fato religioso. Os teólogos, olhando mais de dentro da experiência, e os cientistas da religião, do lado de fora. É um prazer encontrar outros 400 pesquisadores e podermos compartilhar a pesquisa do Nordeste sobre o assunto. Não só se deixar criticar, mas enriquecer os outros companheiros com o que é próprio do nosso jeito de pensar e de vivenciar as coisas. Acho que o grande ganho é esse congraçamento acadêmico, essa troca de críticas, de experiências.

Q. Após esses três dias, o tema do congresso conseguiu ser desvendado? Qual o futuro das religiões no Brasil?

R. A impressão que dá é que o pluralismo das culturas e religiões é uma tendência mundial e que vai crescer no Brasil. As pessoas vão fazer experiências em outras igrejas, outras tradições e vai crescer um grupo de indivíduos que não vão querer estar vinculado a uma instituição, a uma religião formal, e vai buscar fazer experiências bebendo de vários poços. O destaque na análise demográfica dos últimos sensos mostra, sobretudo, um crescimento dos sem religião, que redescobrem a espiritualidade não só entre as crenças, mas também para além delas.

Q. Qual foi o grande marco do congresso?

R. A descoberta, por diversos ângulos, de um fato novo na história das religiões desse país. Há um crescente grupo de pessoas que passa por experiências, mas que agora não quer mais formalidade. Para onde é que isso vai e como é que vai se organizar em nossas pesquisas é a grande discussão deixada nessa edição do congresso. A religião não está mais somente nas igrejas, mas nas ruas e na maneira das pessoas conviverem.

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