Boletim Unicap

Professor da Unicap lança filme sobre um dos mais antigos transformistas do Recife

Com reportagem do curso de Jornalismo

O professor do curso de Jornalismo Alexandre Figueiroa assina a direção de Piu, Piu, curta-metragem que estreia amanhã (21) na sétima edição do Recifest, o Festival de Cinema da diversidade sexual e de gênero. A programação completa está disponível no perfil do Instagram @cinesaoluiz.

Piu Piu, como era conhecido o ator, cenógrafo e figurinista Elpídio Lima foi, talvez, um dos primeiros transformistas do Recife. Nos anos 1950 e 1960, ele atuou na Companhia Barreto Junior, nos palcos dos teatros Almare e Marrocos, onde imitava as cantoras e atrizes Sarita Montiel e Carmem Miranda. Foi também um dos criadores da Companhia Tra-la-lá, de teatro rebolado.

Fotos: Still do filme

O professor do curso de Jornalismo e cineasta Alexandre Figueiroa descobriu a existência de Piu Piu a partir de uma matéria publicada, em fevereiro de 1986, no caderno Viver, do Diario de Pernambuco, de autoria da jornalista Leda Rivas. Nela, Elpídio Lima, já com 65 anos, aposentado e vivendo de maneira modesta como costureiro numa pensão na Rua da Glória, contava, em entrevista, um pouco de sua vida nos palcos iniciada ainda muito jovem, com apenas oito anos de idade, num internato em São José da Laje, Alagoas.

O filme Piu Piu tem como principal intenção homenagear esse artista, cujos vestígios de sua carreira, com exceção da matéria de Leda Rivas, são apenas algumas poucas fotos e notas publicadas nos jornais do Recife nos anos 50 e início da década de 1960.

Ele segue também o caminho de outros trabalhos audiovisuais do realizador – Eternamente Elza (2013) e Kibe Lanches (2017) – no sentido de trazer aos dias de hoje, personagens que, bem antes das conquistas dos movimentos LGBTQI+, assumiram de alguma forma, uma atitude pioneira e libertária, diante da forte discriminação e opressão aos homossexuais.

“Piu Piu não é, todavia, um documentário biográfico dentro dos padrões clássicos do gênero”, afirma Figueiroa. “É um docudrama poético cujas imagens evocam o espírito de um artista vivenciando um Recife do passado e do presente”, completa. O personagem-título é vivido pelo estudante do curso de jornalismo da Unicap e ator Júlio Cesar (Julio Cesar Cesar).

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