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Primeira edição do Circuito Universitário de Cinema discute as marcas das ditaduras na América Latina

Circuito
Teve início nesta terça-feira (16) o Circuito de Cinema Universitário. O evento está em sua primeira edição e será realizado até 18 de setembro na sala 309 do bloco G4, trazendo como tema as marcas deixadas pelos regimes ditatoriais latino-americanos do século 20. A cada dia um novo filme é exibido, seguido de um debate entre especialistas, ex-presos políticos e profissionais que sofreram perseguição ou julgados como subversivos pelo regime militar. Na noite de terça foi exibido o filme 500 Filhos Roubados Pela Ditadura Argentina, de Alexandre Valente.

O circuito universitário de cinema, explica a aluna de Jornalismo Bruna Sarga, uma das organizadoras do Circuito, “surgiu com a necessidade de conversar com os alunos e levar de forma geral para as instituições de ensino o debate relacionado a questões sociais”. O evento conta com  o apoio do Cinema pela Verdade, uma iniciativa da Comissão Nacional da Verdade que investiga os crimes cometidos durante o regime militar.

cuc 1Na noite de terça-feira (16) foi exibido o filme 500 Bebês Roubados Pela Ditadura Argentina , de Alexandre Valente. O documentário trata do rapto de crianças e recém-nascidos, filhos de militantes políticos e opositores libertários durante o regime do General Videla e da prisão clandestina na ESMA (Escola Mecânica da Aeronáutica), no meio da cidade de Carácas, onde centenas de pessoas dadas como desaparecidas foram torturadas e mortas. Ali, em condições su humanas, inúmeras crianças nasceram e foram sequestradas logo após o nascimento. O filme passa, então, a relatar a luta das Avós da Praça de Maio, instituição que procura encontrar os netos desaparecidos, sequestrados pelos militares.

cuc 3Após a exibição, teve início um debate entre Amparo Araújo, gerente geral da Secretaria de Direitos Humanos (perseguida durante a ditadura); Rodrigo Deodato, da Secretaria de Direito Social; e Jorge Nagibi, jornalista e ex-preso político. Eles falaram da importância de se debater esse período triste de nossa história e do desejo que se possa, acima de tudo, buscar a justiça pelos crimes cometidos pelos militares e a identidade dos inúmeros corpos encontrados e não identificados, em memória das vítimas desse período que não deve ser esquecido.

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