Presidente do Ipea faz panorama da comunicação brasileira no Intercom
|Texto: Filipe Falcão
O Panorama da Comunicação no Brasil. Esse foi o tema da palestra ministrada pelo presidente do Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea), Márcio Pochmann, na manhã da segunda-feira (5), no XXXIV Congresso Brasileiro de Ciências da Comunicação – Intercom 2011. Acompanhado do assessor de Imprensa do Ipea, Daniel Castro, Márcio traçou um interessante paralelo entre como o estudo da comunicação vai além do mundo acadêmico e tem influência direta na realidade diária da profissão, como estrutura de veículos, novos empregos que surgem, além de uma responsabilidade social e como essa realidade é moldada durante o passar dos anos.
Para isso, Márcio utilizou como exemplo a trilogia de livros publicados pelo Ipea: “Colaborações para o Debate Sobre Telecomunicões”, “Memória das Associações Científicas e Acadêmicas da Comunicação no Brasil” e “Tendências da Comunicação”. Cada uma dessas publicações traz diferentes artigos assinados por pesquisadores de vários estados brasileiros e tais resultados servem como uma amostra da realidade dos veículos de comunicação na esfera de políticas públicas.
Como alguns dos dados apresentados, Marcio fez questão de enfatizar a importância da comunicação para o Brasil, já que o país sul-americano ocupa o sétimo lugar em investimento publicitário. Outra realidade que deve ser cuidadosamente analisada é o fato de existir uma grande quantidade de políticos que possuem canais de televisão ou jornais.
“Tudo isso nos leva a analisar o hoje na esperança de entender o amanhã para fazermos melhor uso de tais mudanças”, explica Márcio. De acordo com ele, a “velha mídia” apesar de tantas mudanças, se mantém fiel a alguns fatores, como o interesse da população por programas de televisão (96%) em comparação com o número de brasileiros que costumam ler jornais ou revistas (46%);
Dando continuidade ao debate, foi a vez do assessor de Imprensa do Ipea, Daniel Castro, mostrar como profissionais de comunicação vivem, de acordo com ele, em uma zona de conforto e que a falta de debates públicos sobre mudanças na área representa a falta de interesse da categoria por mudanças.
“É claro que é importante falarmos de revoluções tecnológicas, mas também devemos ter em mente como isso vai atingir diretamente o profissional em longo prazo”, questionou Daniel ao revelar que muitos jornalistas se aposentam sem condições financeiras para isso e que esse assunto nunca faz parte das reuniões realizadas por sindicatos ou pesquisadores e que essa realidade deve ser vista como um problema sério. Ao final do encontro, as pessoas presentes puderam fazer perguntas para os dois palestrantes.