Pesquisadores de Pernambuco estão entre os vencedores do Prêmio Odebrecht de Desenvolvimento Sustentável
|Uma pesquisa inovadora, desenvolvida em Pernambuco, para remediar os efeitos nocivos dos acidentes petrolíferos no meio ambiente foi uma das vencedoras do Prêmio Odebrecht de Desenvolvimento Sustentável 2014. As universitárias Isabela Natália da Silva Ferreira e Priscilla Ferreira Correa são as representantes do Estado na lista dos cinco vencedores, com o trabalho “Utilização de um Biodetergente de Baixo Custo para a Remoção de Derivados de Petróleo em Solo”. Elas são alunas de iniciação científica, orientadas pela professora Leonie Asfora Sarubbo, no curso de Engenharia Química da Universidade Católica de Pernambuco (Unicap).
Esta é a terceira vez que um trabalho de Pernambuco está entre os vencedores. Os outros premiados foram em 2008 e 2012, ambos da Universidade de Pernambuco (UPE). Além de Pernambuco, foram escolhidos os trabalhos de Minas Gerais (Universidade Federal de São João Del Rei), Rio de Janeiro (Universidade Federal Fluminense), Rio Grande do Sul (Universidade do Vale do Rio dos Sinos) e São Paulo (Universidade de São Paulo). Os premiados ganham R$ 60 mil reais, sendo que o autor, ou grupo de autores, orientador e instituição de ensino ganham R$ 20 mil reais cada. Os estudantes autores dos projetos vencedores também são convidados a participar de processos seletivos para vagas nos negócios da Organização Odebrecht. A premiação ocorrerá no dia 17 de março de 2015, quando será conhecido o trabalho que ficou em primeiro lugar.
Na edição 2014, 322 alunos inscritos postaram trabalho, um crescimento de 41% em relação ao ano anterior. A participação dos universitários pernambucanos na premiação praticamente dobrou neste ano: foram 26 alunos inscritos, contra 15 na edição de 2013. Além do maior número de inscritos, houve uma ampliação do leque de universidades, com nove instituições de ensino participantes.
Isabela está no grupo de pesquisa da Unicap desde o primeiro semestre do curso e, nos últimos três anos, a equipe submeteu artigos acadêmicos para publicação e participou de seminários. Mas, esta foi a primeira vez que ela participou de uma premiação. “Fiquei feliz ao saber que estávamos entre os 15 finalistas de uma premiação nacional. Mas, ganhar foi ainda melhor”, comemora. Para ela, a pesquisa de temas que privilegiem o cuidado com o meio ambiente avançou muito no país, mas ainda há um longo caminho a percorrer. “Uma premiação como essa valoriza e amplifica o que está sendo feito nas universidades”, complementa.
A pesquisa trata da utilização de biomoléculas produzidas por micro-organismos com propriedades de detergência (biodetergente) para remover petroderivados em solo. O biodetergente foi produzido a partir da utilização de resíduos industriais – cultivo em milhocina e resíduo de óleo de soja – e isso tornou a produção mais econômica. O biodetergente demonstrou ser inofensivo quanto à toxidade, em relação a outros vegetais testados, e mostrou ser muito eficaz para a remoção de óleo de motor em areia padrão sob condições cinéticas e estáticas. Somente depois desses testes é que ele foi utilizado para remoção de petroderivados em ambientes terrestres.
Atuando nessa área de pesquisa desde 1997, a professora Leonie vê com otimismo a aproximação da academia e iniciativa privada. “Ações como essa da Odebrecht são oportunidades para a academia se inserir na agenda da iniciativa privada. Assim, conseguimos tirar as pesquisas do papel e dar mais credibilidade ao que se faz nas universidades”, conta. À frente do Grupo de Pesquisas em Biossurfactantes (GPB), ela coordena uma equipe de 11 pesquisadores e 27 alunos de graduação, mestrados e doutores. “Eu sempre estimulo meus alunos a participar de premiações porque é a forma de mostrar o que fazemos e que essas soluções inovadoras têm potencial de aplicação”, complementa.
O Prêmio Odebrecht é uma iniciativa dos negócios da Organização. Além de ser realizado no Brasil, a premiação também é realizada em outros dez países: Angola, Argentina, Estados Unidos, México, Panamá, Peru, República Dominicana, Venezuela, Equador e Colômbia.
Projetos premiados em 2014
Universidade: Universidade Federal de São João Del Rei – UFSJ (Minas Gerais)
Tema: Controle da Acumulação de Escuma no Separador Trifásico em Inovadora Configuração de Reator UASB Tratando Esgoto Sanitário
Lorrana Rust Raposo – Engenharia Civil
Wellington Douglas Silva Aguiar – Engenharia Civil
Augusto Facchini Rodrigues – Engenharia de Bioprocessos
Jackson de Oliveira Pereira – Orientador
Universidade: Universidade Federal Fluminense – UFF (Rio de Janeiro)
Tema: Novo Sistema para captação de Energia Ondomotriz
Paloma Gomes Ávila – Engenharia Agrícola e Ambiental
Gabriel de Carvalho Nascimento – Orientador
Universidade: Universidade do Vale do Rio dos Sinos – UNISINOS
Tema: Reciclagem do poliestireno expandido através da produção de uma tinta
Paula Vieira Schwade – Engenharia Química
Gabriela Olsson Schneider – Engenharia Química
Tatiana Louisse Avila de Campos Rocha – Orientadora
Universidade: Universidade de São Paulo – São Paulo
Tema: Rede Pluviométrica Urbana de baixo custo
Lucas Meirelles do Prado – Engenharia Mecatrônica
Alexander Csoka Roque – Engenharia Mecatrônica
Rodolfo Jurban Chapchap – Design
Eduardo de Senzi Zancul – Orientador
Universidade: Universidade Católica de Pernambuco – UNICAP
Tema: Utilização de um biodetergente de baixo custo para remoção de derivado de Petróleo em solo
Priscilla Ferreira Corrêa – Engenharia Química
Isabela Natália da Silva Ferreira – Engenharia Química
Leonie Asfora Sarubbo – Orientadora